
Empresa cearense sustenta liderança nacional em massas e biscoitos com gestão financeira rigorosa, foco no food service e expansão do portfólio saudável.
O que importa
- Receita líquida em alta: R$ 2,2 bilhões no 1º trimestre de 2025, com avanço de 3,2% sobre o 1T24 — mesmo com queda de 0,7% no volume vendido.
- Gestão austera rende frutos: geração de caixa operacional chegou a R$ 280 milhões (o dobro do ano anterior) e lucro líquido foi de R$ 69 milhões.
- Caixa forte e dívida sob controle: empresa encerrou o trimestre com R$ 2,3 bilhões em caixa e resultado financeiro positivo de R$ 5,5 milhões.
- Câmbio e insumos ainda pressionam: dólar médio a R$ 5,84 e commodities como trigo, cacau e óleo de palma seguem em patamares elevados.
- Nova frente no food service: área ganhou diretoria exclusiva e cresceu 17,4% com marcas como Medalha de Ouro e Puro Sabor.
- Snacks e saudáveis em expansão: linha Adjacências (Jasmine, Fit Food, Frontera, entre outras) teve crescimento de dois dígitos.
Vá mais fundo
Mesmo num trimestre marcado por volatilidade cambial, insumos em alta e desaceleração do consumo pós-festas, a M. Dias Branco conseguiu navegar com disciplina financeira e foco em canais estratégicos. O reforço na estrutura comercial dedicada ao food service e a profissionalização das linhas saudáveis mostram o amadurecimento de uma companhia que, embora tradicional, aposta na diversificação para manter margens e relevância.
A leitura do mercado é clara: a solidez do caixa e a cautela nos investimentos blindaram a operação contra um cenário macro desfavorável. A retração sazonal frente ao 4T24 (queda de 11,3% na receita líquida e 8,6% nos volumes) já era esperada, e não comprometeu o balanço.
Ao manter o pulso firme sobre preços e estoques — enquanto concorrentes cortam margens ou apostam em promoções agressivas —, a empresa reforça sua imagem como um dos pilares industriais do Nordeste e um dos poucos gigantes do setor que operam com caixa líquido positivo no país.
Lição de casa na prateleira (com informações do Neofeed)
O que houve
No fim de 2024, a M. Dias Branco reorganizou sua estrutura comercial, unificando as diretorias regionais em uma só. O objetivo era ganhar eficiência, mas a sinergia ainda não apareceu. O próprio comando da empresa admite: há uma “lição de casa” a ser feita.
O que está em jogo
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A execução no ponto de venda virou prioridade: menos ruptura, mais exposição, mais presença.
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A ideia é retomar o crescimento de volume vendido, que ainda patina.
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A empresa é líder no Nordeste, mas quer crescer no Sudeste, onde tem cerca de 20% de participação.
Aspas que valem ouro
“Não há bala de prata. É um conjunto de ações”, diz Rafael Cefaly, diretor executivo da companhia.
“A gente quer ganhar o jogo com o nosso time mais presente nos pontos.”
O pano de fundo
A mudança da estrutura comercial dividiu a força de vendas antes segmentada por regiões. Agora, tudo está sob uma única diretoria — movimento que visa integração, mas ainda enfrenta obstáculos práticos.
No radar da Bolsa
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A MDIA3 já acumula alta de 29,8% em 2025, e a empresa está avaliada em R$ 8,6 bilhões.
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O mercado monitora como a nova estratégia comercial vai se traduzir em volume, rentabilidade e share, especialmente fora do Nordeste.
Por que importa
A M. Dias Branco é termômetro do varejo alimentar no Brasil. Se acertar o passo no Sudeste, pode dobrar a aposta no mercado nacional. Mas o sucesso vai depender da execução no varejo — onde a disputa é corpo a corpo.
Quer que eu complemente com gráfico de desempenho das ações ou mapa de presença regional?