O fato: O Brasil fechou 2024 com um saldo positivo de 1.693.673 empregos formais, marcando um crescimento de 16,5% em relação ao ano anterior, quando o saldo foi de 1.454.124 empregos. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (30), revelou que o total de contratações no ano foi de 25.567.548, enquanto os desligamentos somaram 23.873.575, resultando em um estoque de vínculos celetistas ativos de 47.210.948 no fim de dezembro.
Detalhes: O setor de Serviços foi o principal responsável pela geração de vagas, com 929.002 novos postos, seguido pelo Comércio (336.110), Indústria (306.889), Construção Civil (110.921) e Agropecuária (10.808). Todos os estados brasileiros apresentaram saldo positivo, destacando-se São Paulo (459.371), Rio de Janeiro (145.540) e Minas Gerais (139.503).
Em termos regionais, o Sudeste liderou com 779.170 postos gerados, seguido pelo Nordeste (330.901), Sul (297.955), Centro-Oeste (137.327) e Norte (115.051). A maior variação percentual foi observada em Amapá (+10,07%), Roraima (+8,14%) e Amazonas (+7,11%).
A ocupação de novas vagas foi maior entre as mulheres, com 898.680 empregos criados, contra 794.993 para os homens. O saldo também foi positivo para as etnias, com destaque para pardos (1.929.771), brancos (908.732) e pretos (373.501). No entanto, os indígenas apresentaram um saldo negativo de -1.502 empregos.
O salário médio de admissão em 2024 foi de R$ 2.177,96, com um aumento de 2,59% em comparação ao ano anterior. Entre os trabalhadores típicos, o salário real foi de R$ 2.211,13, enquanto para os não típicos foi de R$ 1.941,72.
Contexto: Embora o saldo anual tenha sido positivo, dezembro registrou uma redução de 535.547 empregos, uma variação negativa de -1,12%. O ministro do Trabalho e Emprego, Luís Marinho, destacou que o número foi superior ao esperado e, embora não tenha confirmado uma relação direta com os aumentos sucessivos da taxa Selic, afirmou que o ministério continuará monitorando os impactos da política monetária na economia.
Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic para 13,25% ao ano, justificando a medida pela alta do dólar e as incertezas inflacionárias globais. Marinho criticou a estratégia de restrição de crédito e aumento de juros como única forma de combater a inflação, sugerindo que o aumento da produção também é essencial para controlar os preços.