A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que proíbe a demissão arbitrária de trabalhadores concursados em empresas públicas e sociedades de economia mista. A medida, de forte impacto nas relações de trabalho no setor público, responde a um problema recorrente em processos de desestatização.
📃 O que diz o projeto?
Relatado pelo deputado Reimont (PT-RJ), o texto aprovado é um substitutivo ao PL 4433/21, do deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), e outras propostas similares. A medida altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo salvaguardas específicas para concursados de estatais.
🧷 Principais pontos:
- Proíbe demissão arbitrária de concursados, exigindo processo administrativo com justificativa disciplinar, técnica, econômica ou financeira.
- Obriga a participação prévia de sindicato e a apresentação de justificativas técnicas para demissões coletivas.
- Garante manutenção dos contratos e salários em casos de desestatização, preservando direitos adquiridos.
🗣️ “Quando ocorre a desestatização ou privatização de estatais, a consequência lógica é a demissão em massa. O substitutivo pacifica o tema e garante segurança jurídica aos empregados públicos”, afirmou Reimont.
🧭 Por que isso importa
A proposta busca garantir estabilidade mínima aos trabalhadores concursados em empresas públicas, protegendo-os de desligamentos motivados por decisões políticas ou econômicas abruptas. Com a crescente agenda de privatizações no Brasil, o risco de demissões em massa se tornou uma preocupação real. O projeto atua como um escudo legal contra essa vulnerabilidade.
🔎 Vá mais fundo
Ao contrário dos servidores públicos regidos pela Lei 8.112/90 — que conquistam estabilidade após três anos —, os empregados concursados em estatais são contratados pela CLT, o que os torna mais expostos a demissões sem justificativa robusta. O projeto busca equilibrar essa balança, garantindo uma proteção mais próxima da estabilidade do setor público tradicional, especialmente em contextos de mudança de controle acionário, fusões ou privatizações. A medida pode ainda gerar debate sobre segurança jurídica para investidores privados e o impacto nas políticas de gestão de estatais.
📌 Próximos passos:
O projeto ainda passará pelas comissões de Trabalho e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado em caráter conclusivo, seguirá diretamente para o Senado.