O Ceará observou uma redução significativa de 8,2% no número de consumidores inadimplentes em julho de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados, revelados pelo Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, divulgado pela FCDL-CE em parceria com o SPC Brasil, mostram uma sequência positiva, sendo o terceiro mês consecutivo de queda no número de negativados no estado.
Enquanto o Ceará apresenta sinais de recuperação financeira, o cenário nacional segue em outra direção, com um aumento modesto de 0,4% na inadimplência durante o mesmo período. A situação atual no estado contrasta fortemente com o panorama de 2023, quando a inadimplência chegou a crescer 19,2% em agosto daquele ano, refletindo uma fase de maior instabilidade econômica. A nova análise, no entanto, indica que o Ceará pode estar entrando em uma fase de recuperação.
Os dados sobre o tempo de atraso das dívidas indicam que 7,9% dos devedores têm pendências recentes, com menos de 90 dias, enquanto uma parcela significativa, 41,6%, acumula dívidas de longa duração, entre um e três anos. Essa análise detalhada ajuda a compreender melhor o perfil de inadimplência no estado.
Além da queda no número de inadimplentes, o levantamento também registrou uma diminuição de 3,4% no total de dívidas em julho de 2024, em comparação com o mesmo mês de 2023. A maior parte dessas dívidas está associada ao setor bancário, que responde por 60,9% do total. Em seguida, aparecem os segmentos de água e energia elétrica (15,8%) e comércio (8,8%).
Outro dado que reforça o otimismo é o crescimento de 16,2% no Indicador de Recuperação de Crédito nos últimos 12 meses, encerrados em julho de 2024. Desse total, 55,4% dos consumidores conseguiram regularizar sua situação e recuperar o crédito em até 90 dias, o que reflete uma melhoria na capacidade de pagamento dos cearenses.
Por fim, o indicador de consultas a CPFs revelou uma diminuição de 9,0% no acumulado dos últimos 12 meses até julho de 2024. Esse número acompanha a tendência de queda, após um período de aumento, e pode ser interpretado como um sinal de estabilização no comportamento de consumo, com menos pessoas buscando crédito, possivelmente devido à maior prudência financeira ou à melhoria da situação econômica dos consumidores.