
O fato: O Ceará vive um dos momentos mais promissores para o empreendedorismo de sua história recente. Entre janeiro e maio deste ano, foram registrados 64.766 novos micro e pequenos negócios, um crescimento de 38% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados, divulgados pelo Sebrae, colocam o estado entre os líderes nacionais na abertura de empresas — puxado principalmente pelos Microempreendedores Individuais (MEIs), que somaram 44.311 registros, o equivalente a 68,4% do total.
Setor de serviços: O setor de serviços lidera a lista das atividades mais buscadas pelos cearenses ao formalizar um negócio, com 40.486 registros. Em seguida aparecem o comércio (16.760), a indústria (4.472), a construção civil (2.783) e a agropecuária (265). Especialistas atribuem esse avanço principalmente à expansão de atividades digitais, como tecnologia, saúde, beleza e logística.
Panorama nacional: A tendência também é nacional. No Brasil, foram 2,21 milhões de novos pequenos negócios abertos até maio, uma alta de 24,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os MEIs representaram 77,4% dessas novas empresas. Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o crescimento confirma a confiança no ambiente econômico. “Os dados mostram uma economia vigorosa e uma confiança crescente nas políticas que impulsionam o setor. Os pequenos negócios já são responsáveis por mais de 60% dos empregos formais e contribuem com 26,5% do PIB”, afirmou.
Ceará: No Ceará, o comércio segue como segunda força empreendedora, refletindo uma retomada consistente do consumo. Já a construção civil ganha espaço com o impulso de obras públicas e programas habitacionais, movimentando a cadeia produtiva e ampliando o número de postos de trabalho.
Conclusão: A perspectiva para o segundo semestre é de manutenção do ritmo de crescimento. Para o economista Helder Cavalcante, a combinação entre juros mais baixos e ampliação do crédito produtivo deve consolidar o avanço da formalização no estado. “Estamos assistindo à formalização de uma economia até então marcada pela informalidade, especialmente com o avanço dos MEIs. Isso revela uma tendência de inclusão produtiva e modernização do ambiente de negócios”, avalia. A projeção é de que o Ceará feche o ano com mais de 150 mil novos registros empresariais.