
Mercado Imobiliário
O fato: O lançamento da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida acelerou a entrada da Riza Asset no capital da Riva Incorporadora. A gestora levantou R$ 275,3 milhões junto a seus clientes, valor quase três vezes maior do que o previsto, garantindo a compra de 9,98% da subsidiária da Direcional.
A captação superou em muito a necessidade inicial de R$ 100 milhões, destinada à primeira parcela do acordo firmado com a Direcional em dezembro. Com os recursos extras, a Riza poderá inclusive antecipar a segunda parcela, prevista apenas para outubro.
Mudança estrutural: A criação da Faixa 4, aprovada em abril, foi determinante para o avanço da operação. A nova faixa eleva o teto dos imóveis financiáveis de R$ 350 mil para R$ 500 mil, ampliando o público atendido para famílias com renda de até R$ 12 mil. “Abre espaço para quem enfrentava escassez de crédito”, afirma Giancarlo Denapoli, sócio da Riza.
Expansão do mercado e desempenho: A Riva, com foco em imóveis entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, viu sua exposição ao MCMV saltar de 42% para 76% após a mudança. A empresa atua em São Paulo, Minas Gerais, Manaus e Brasília, com landbank de R$ 10,7 bilhões — suficiente para quatro anos de lançamentos.
Em 2024, a Riva registrou vendas líquidas de R$ 2,3 bilhões, avanço de 67% sobre 2023, e aumento da velocidade de vendas de 41% para 58%.
Fortaleza no radar: Antes mesmo do acordo, a Riva já mirava a entrada em Fortaleza, com compra de terrenos. Agora, com a Riza como sócia, a expansão deve ganhar ritmo. “Vamos poder acelerar nossa entrada”, diz Ricardo Gontijo, CEO da Direcional.
Além do capital, a Riza aporta expertise na estruturação de operações financeiras, como antecipação de recebíveis e aquisição de terrenos, reforçando a competitividade da Riva. “Traz muito valor para a empresa”, avalia Gontijo.
Próximos passos: A Riza tem preferência para elevar sua participação a até 15% até outubro, mantendo o valuation da Riva fixado em R$ 2,65 bilhões — o equivalente a 37% do valor de mercado da Direcional, hoje avaliada em R$ 7 bilhões.
Perspectiva de valorização: Mesmo com o preço travado, a percepção sobre o ativo mudou. “A Riva se valorizou bastante desde o acordo, principalmente com a criação da Faixa 4”, avalia Rafael Brito, gestor da Riza.
Com informações do Metro Quadrado