
O movimento:
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) oficializa neste domingo (30/11), às 9h, no Hotel Gran Mareiro, na Praia do Futuro, sua pré-candidatura ao Governo do Ceará na tentativa de abrir “um novo ciclo político” no estado.
Por que importa:
Move o tabuleiro da oposição no Ceará, hoje fragmentada, e insere o Novo no debate majoritário, com apoio explícito do campo conservador nacional. Até aqui, Girão rejeita qualquer movimento para que a direita cearense se una em torno de Ciro Gomes ou Roberto Cláudio. Na leitura dele, nenhum dos dois representa valores conservadores e ambos integraram o grupo governista até 2022. Assim, o senador vai tentar consolidar a narrativa de que a oposição verdadeira não pode ser comandada por quem, até outro dia, “dava sustentação à oligarquia PT-PDT”.
Nos bastidores, sabe-se que Girão teria chances reais de cnseguir a reeleição ao Senado caso optasse pelo caminho mais seguro. Tem recall e, possivelmente, fidelidade do eleitor conservador. Porém, deve insistir na disputa pelo Abolição apostando numa janela semelhante à de Romeu Zema em 2018, que correu por fora, sem apoios tradicionais, e surfou no arrastão nacional bolsonarista.
A equação de Girão:
-
manter a fidelidade do eleitor conservador;
-
catalisar o sentimento antipetista;
-
se apresentar como “o único nome realmente de direita” num estado onde a oposição chega fragmentada e ainda tenta entender seu próprio centro de gravidade.
O discurso
Girão bate no que chama de “oligarquia PT-PDT”, acusa o Executivo estadual de ser “perdulário e inconsequente” e tenta ocupar o espaço da centro-direita com a promessa de:
-
gestão eficiente,
-
combate à violência,
-
saúde funcional,
-
ruptura com “conchavos e fisiologismo”.
Também reforça o viés ideológico do ato: anistia, “liberdade”, “perseguição a conservadores” e recado direto ao eleitorado antipetista no Ceará.
As presenças que dão peso
O evento deve reunir figuras de forte apelo no campo conservador:
-
Romeu Zema, governador de Minas Gerais
-
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama
-
Damares Alves, senadora (DF)
-
Magno Malta, senador (ES)
-
Marcel Van Hatten, deputado federal (RS)
-
Sóstenes Cavalcante, deputado federal (RJ)
-
Bia Kicis, deputada federal (DF)
-
Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato
O palanque reforça a tentativa de Girão de se consolidar como principal nome da direita cearense para 2026.
O cartão de visitas do senador
-
R$ 330 milhões em emendas distribuídos pelos 184 municípios e 420 entidades do terceiro setor.
-
Destaque no Ranking dos Políticos, citado entre os melhores do Senado por desempenho legislativo e gestão enxuta.
-
Bandeiras recorrentes: defesa de pautas conservadoras, combate à violência, críticas a gastos públicos e militância por anistia.
Vá mais fundo
-
A pré-candidatura de Girão mira reorganizar o bloco oposicionista e pressionar o União Brasil, MDB e PL no estado.
-
O encontro com Michelle e Zema sugere tentativa de unificar o eleitorado bolsonarista + liberal num mesmo projeto.
-
A dúvida central: Girão consegue transcender a bolha ideológica e competir num estado historicamente governado por PT/PDT?
Serviço
Domingo, 30 de novembro
Coletiva: 9h
Hotel Gran Mareiro, Praia do Futuro — Fortaleza







