O fato: A confiança da indústria brasileira caiu em janeiro, impactada pela piora nas expectativas para os próximos meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,3 ponto em relação a dezembro, chegando a 98,4 pontos, o menor nível desde maio de 2023 (98,0 pontos).
Expectativas pesam no resultado: O recuo do ICI foi puxado pelo Índice de Expectativas (IE), que mede a percepção dos empresários sobre o futuro e caiu 2,7 pontos, para 95,9 pontos. O maior impacto veio da projeção para a produção nos próximos três meses, que recuou 4,3 pontos, para 94,3 pontos. A perspectiva de contratações também piorou, com queda de 3,4 pontos, atingindo 98,7 pontos.
Já o Índice de Situação Atual (ISA), que reflete o momento presente da indústria, ficou praticamente estável, com leve alta de 0,1 ponto, chegando a 100,9 pontos.
“A confiança da indústria inicia o ano em queda, refletindo cautela dos empresários quanto às expectativas futuras e desaceleração nos indicadores de presente. Apesar dos estoques seguirem em níveis satisfatórios, a percepção sobre a demanda é pior entre as categorias de uso”, afirmou Stéfano Pacini, economista da FGV IBRE.
Setor enfrenta novos desafios: Dos 19 segmentos industriais analisados, 10 registraram queda na confiança em janeiro. Segundo a FGV, o cenário macroeconômico tem pressionado o setor, com impacto da taxa de juros elevada e do câmbio desvalorizado.
Em dezembro, o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e indicou novas altas, citando riscos fiscais e inflacionários. A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será anunciada nesta quarta-feira (29).