
Pesquisa Datafolha mostra descrédito generalizado e Forças Armadas como única instituição que mantém maioria de aprovação
Por que importa:
O levantamento revela um mal-estar transversal: mais da metade dos brasileiros afirma ter vergonha de praticamente todas as principais instituições e lideranças políticas. O sentimento de orgulho resiste apenas nas Forças Armadas, que seguem com apoio majoritário — especialmente entre jovens.
Os números:
• STF: 58% têm vergonha; 30% têm orgulho
• Senado: 59% vergonha; 29% orgulho
• Câmara: 58% vergonha; 28% orgulho
• Lula: 56% vergonha; 35% orgulho
• Forças Armadas: 55% orgulho; 36% vergonha
Polarização escancarada:
• Entre eleitores do PL de Bolsonaro, o índice de vergonha do STF chega a 91%.
• Entre lulistas, o STF tem 52% de orgulho — mas Lula também amarga 36% de entrevistados que dizem sentir vergonha dele.
• As Forças Armadas aparecem como ponto de unidade relativa: têm índices de orgulho semelhantes entre eleitores de Lula e Bolsonaro.
Recorte por religião:
• Evangélicos lideram o índice de vergonha do STF: 66%.
• Entre católicos, o índice de vergonha é menor, 56%.
• Militares têm prestígio maior entre jovens de 16 a 24 anos (65% têm orgulho) e apoio decrescente em faixas mais velhas.
Aspas-chave (UOL):
“O índice de vergonha virou moeda corrente em todos os Poderes. O eleitor não se sente representado por quem está lá.”
“Só as Forças Armadas resistem como símbolo de ordem e confiança para a maioria.”
O que vem agora:
• Desgaste da imagem institucional pressiona ainda mais o Supremo em meio a julgamentos sensíveis, como o caso Bolsonaro.
• Congresso e Lula enfrentam o mesmo desgaste: só 1 em cada 3 brasileiros expressa orgulho por quem governa ou legisla.
• Para 2026, o descolamento entre a máquina pública e a confiança popular deve alimentar outsiderismo e radicalização do discurso anti-sistema.