Na esteira dos acontecimentos desta sexta-feira (18/07) – busca e apreensão na mansão de Jair Bolsonaro (PL) e a instalação de tornozeleira eletrônica no ex-presidente – que anunciam um cerco se fechando, em termos judiciais e de condenação, o centro do bolsonarismo realizou importante movimento, que já pode ser lido como tendência acerca da decisão sobre “quem” será apresentado como representante do capital político do “mito” na eleição de 2026:
1- nada de Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS), que novamente falou em “eleições limpas” e “sucessão de erros” em curso no Brasil para tentar ficar bem na fita do núcleo duro, depois de embates públicos com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL);
2- por sua vez, também nada de Eduardo ser ungido como o porta-voz das pretensões eleitorais.
Coube a uma voz feminina, a da senadora Damares Alves (REPUBLICANOS), o anúncio de que, chegado o momento de “silêncio de Bolsonaro” imposto por Alexandre de Moraes, será Michelle Bolsonaro quem “vai nos conduzir é a maior líder da oposição, a maior líder da nação conservadora”. Um anúncio bastante fiel ao modus operandi de Bolsonaro: acima de tudo e de todos, sua família, uma vez que ele preza “seus” interesses.
A família tradicional como salvaguarda do espólio eleitoral do bolsonarismo.
Na semana passada, Michelle já havia ensaiado trazer a atenção para si ao ler uma “carta ao presidente Lula”, em que fazia uma série de ataques, inclusive insinuando “armas” às quais o petista deveria “baixar”, duelando diretamente, ela, com o presidente.
Trecho da “carta” dizia o seguinte:
“Lula, pare com as suas provocações em seus atos e palavras. O Brasil não precisa de discursos cheios de raiva; o nosso povo precisa cuidado e de um governo responsável. Abandone as perseguições e comece a trabalhar pela unidade e pela verdadeira liberdade do nosso povo. Dá tempo!”
Era um evento do PL Mulher, e nele também se viu Valdemar Costa Neto dizer que, fora Bolsonaro, apenas Michelle “derrotaria o Lula“.
De sábado passado a hoje, uma semana se passou e os acontecimentos puseram Michelle no centro da discussão política, centralizando-a frente aos próximos passos do bolsonarismo.
Tarcísio sobrará?