O que aconteceu
Os países do BRICS avançam no estudo para criar um cabo submarino intercontinental que conectará o Brasil diretamente à África, Oriente Médio, Índia, Sul da Ásia e China. O anúncio foi feito durante a 17ª Cúpula do BRICS, em julho de 2025, no Rio de Janeiro, com apoio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Por que importa
O objetivo é reduzir a dependência das rotas digitais controladas pelo Norte Global e reforçar a soberania tecnológica do bloco, ampliando segurança, velocidade e autonomia na troca de dados.
O papel de Fortaleza
- A capital cearense é hoje o segundo maior hub de cabos submarinos do mundo, atrás apenas de Fujeira (Emirados Árabes).
- Concentra 14 cabos em operação e possui condições técnicas, geográficas e ambientais ideais.
- Está entre os quatro principais pontos de aterragem do Brasil, ao lado de Santos, Rio de Janeiro e Salvador.
- Com essa base, Fortaleza se consolida como polo natural de integração digital dos BRICS.
O que está em jogo
- Economia digital: maior velocidade e confiabilidade de dados impulsionam setores como saúde, educação e agropecuária, especialmente no Nordeste.
- Geopolítica: o eixo global das telecomunicações pode se deslocar para o Sul Global, ampliando o peso estratégico do BRICS.
- Infraestrutura crítica: o cabo é pensado para resistir a riscos ambientais e ataques cibernéticos, com rotas alternativas e redundância.
O que dizem
- “Esse projeto é estratégico para a soberania digital do BRICS e para a integração do Sul Global.” — Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia
- “O Brasil assume papel protagonista na nova era digital dos BRICS.” — Luiz Inácio Lula da Silva, presidente
- “Fortaleza é o principal hub nacional, com infraestrutura robusta para ser o centro da nova rede.” — Carlos Silva, engenheiro em telecomunicações
- “Critérios técnicos rigorosos garantem eficiência e durabilidade da rede.” — Ana Moura, especialista em infraestrutura digital
- “O cabo é um divisor de águas para a economia digital dos BRICS.” — Carlos Silva, engenheiro em telecomunicações
Vá mais fundo
- Infraestrutura atual: o Brasil conta com 16 sistemas ativos de cabos, dos quais Fortaleza lidera em volume e qualidade.
- Geopolítica da informação: o domínio das rotas de dados sempre foi concentrado em países do Norte Global. O novo cabo abre espaço para um contraponto digital do Sul Global.
- Financiamento: o NDB e fundos soberanos dos BRICS devem liderar a captação de recursos para a obra, ainda em fase de viabilidade.
- Impacto regional: além do protagonismo nacional, o Ceará pode atrair novos investimentos em data centers, inteligência artificial e inovação digital.
A frase de opinião do Focus Poder
“O cabo submarino dos BRICS pode se tornar para o Sul Global o que o Canal do Panamá foi para o comércio mundial: um atalho estratégico que muda o jogo da geopolítica.”