O fato: O governo federal anunciou que não haverá horário de verão neste ano. A decisão foi comunicada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o ministro, não há necessidade de instituir a medida para este período, pois a segurança energética está assegurada.
Justificativas do governo: Silveira destacou que, embora haja uma recuperação modesta nas condições hídricas, o país tem condições de avaliar o retorno do horário de verão para o verão de 2025/2026. O ministro ressaltou que a decisão sobre a implementação do horário de verão não deve ser pautada por aspectos políticos, mas sim pelos seus impactos no setor elétrico e na economia. Ele mencionou que, em alguns países, como a França, a medida é adotada com foco econômico, visando impulsionar a economia em certos períodos do ano.
Impacto econômico: O ministro explicou que, se o horário de verão fosse decretado agora, a implementação ocorreria apenas em meados de novembro, resultando em baixo custo-benefício. Historicamente, o horário de verão no Brasil é mais eficaz entre outubro e meados de dezembro. A medida foi instituída pela primeira vez em 1931 e, a partir de 1985, passou a ser adotada regularmente para reduzir o consumo de energia e estimular o turismo, comércio, bares e restaurantes com o melhor aproveitamento da luz natural. No entanto, desde 2019, durante o governo Bolsonaro, a prática foi descontinuada devido às mudanças nos padrões de consumo da população.
Seca histórica e segurança hídrica: Este ano, o governo considerou a possibilidade de adotar o horário de verão para enfrentar a seca severa, classificada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) como a pior da história. Silveira enfatizou que, apesar dos sinais de superação da crise com chuvas no Sudeste e em áreas estratégicas, o Brasil ainda depende predominantemente de energia hidrelétrica. O ministro afirmou que, graças ao planejamento do setor elétrico, os reservatórios estão em níveis que proporcionam certa tranquilidade.
Popularidade da medida: Segundo pesquisa Datafolha divulgada recentemente, a população brasileira está dividida sobre a volta do horário de verão. Quarenta e sete por cento dos entrevistados são favoráveis à medida, enquanto outros 47% se opõem, e 6% se declararam indiferentes. O levantamento foi realizado com 2.029 pessoas de diferentes regiões. Outra pesquisa, conduzida pela Abrasel e pelo portal Reclame Aqui, revelou que 54,9% da população apoia o horário de verão, com 41,8% sendo totalmente favoráveis e 13,1%, parcialmente favoráveis.