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O fato: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (21) que a principal medida do governo para conter a inflação dos alimentos é fortalecer o Plano Safra. Segundo ele, a iniciativa será ampliada em 2025 para garantir mais crédito e incentivos ao setor agropecuário.
Impacto da safra na inflação: Em entrevista ao ICL Notícias, Haddad destacou que o Brasil deve colher uma grande safra neste ano, o que pode ajudar na redução dos preços dos alimentos. Ele também apontou a valorização do dólar como um dos fatores que impulsionaram a inflação em 2024.
“Provavelmente vamos colher uma grande safra a partir do final deste mês. Se não for a maior, será uma das maiores. E, com a queda do dólar, acreditamos que os preços dos alimentos vão se estabilizar em um patamar mais adequado”, disse o ministro.
Mudanças no setor agrícola: Haddad também citou iniciativas do Ministério da Agricultura para diversificar a produção em diferentes regiões do país, citando o exemplo do arroz, tradicionalmente concentrado no Sul.
“Estamos num período de crise climática e precisamos diversificar as culturas pelo território para lidar com esse desafio”, afirmou.
Crédito agrícola e orçamento: O ministro criticou a demora na aprovação do orçamento pelo Congresso, ressaltando que isso dificulta a concessão de crédito aos pequenos e médios produtores. Segundo ele, o governo solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) respaldo técnico para retomar imediatamente as linhas de financiamento do Plano Safra 2024/2025.
“Não queremos nenhuma descontinuidade nas linhas de crédito. Com um orçamento equilibrado, teremos taxas de juros menores no médio prazo, sem prejudicar os produtores”, explicou Haddad.
Críticas ao governo anterior: Haddad também criticou a gestão econômica do governo anterior, alegando que houve descontrole nos gastos públicos durante o período eleitoral de 2022. Ele defendeu que a atual administração busca garantir a sustentabilidade fiscal sem comprometer direitos sociais.
“Estamos fazendo ajustes com racionalidade, sem cortar direitos. Queremos que programas como o BPC se tornem políticas de Estado permanentes”, afirmou.