
O fato: Após nove meses seguidos de alta, os alimentos registraram queda de preços em junho e ajudaram a frear a inflação no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial — desacelerou para 0,26%, menor taxa desde agosto de 2023. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a quarta desaceleração mensal consecutiva, com o índice acumulando 5,27% em 12 meses. O resultado de junho também é inferior ao registrado no mesmo mês de 2024 (0,39%).
Alimentos ajudam a conter pressão inflacionária: A deflação de 0,02% no grupo alimentação e bebidas marcou o primeiro recuo desde agosto do ano passado. Entre os produtos com queda de preços:
- Tomate: -7,24%
- Ovo de galinha: -6,95%
- Arroz: -3,44%
- Frutas: -2,47%
O movimento é considerado positivo após meses de alta acumulada — o pico havia sido registrado em dezembro, com inflação de 1,47% nos alimentos.
Energia elétrica pressiona grupo habitação: Apesar da trégua dos alimentos, o principal impacto positivo no índice veio do grupo habitação, que subiu 1,08%. A alta foi puxada pela energia elétrica residencial, que ficou 3,29% mais cara com a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, adicionando R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. O item respondeu sozinho por 0,13 ponto percentual do IPCA-15.
Outros grupos que tiveram aumento:
- Vestuário: 0,51%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,29%
- Despesas pessoais: 0,19%
- Transportes: 0,06%
- Comunicação: 0,02%
Gasolina e combustíveis em queda: A gasolina teve queda de 0,52% em junho, ajudando a reduzir o IPCA-15 em 0,03 ponto percentual.
No grupo combustíveis como um todo, a retração foi de 0,69%, puxada também por:
- Óleo diesel: -1,74%
- Etanol: -1,66%
- Gás veicular: -0,33%