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Lula em busca do centro de gravidade do poder; Por Ricardo Alcântara

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O ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação do governo com o congresso nacional, vem sendo bombardeado por lideranças do centro liberal. Não é fogo brando: o presidente da Câmara, Artur Lyra, praticamente exigiu a demissão dele sob pena de travar as pautas de interesse do governo na casa legislativa – um cenário sempre indesejável, mas principalmente, como agora, quando o país vislumbra uma retomada de índices aceitáveis de crescimento.

A pergunta certa é: tem faltado a Padilha habilidade para negociar ou delegação efetiva da presidência para fechar acordos e cooptar votos? Sentar à mesa para negociar sem ter o que oferecer é flertar com o fracasso. E o ministro, até a semana que antecedeu a votação da reforma dos ministérios, não tinha o que eles queriam: a liberação de cargos para suas indicações no segundo escalão do Executivo, entre otras cositas más.

Mesmo agora, quando o governo se apressa em adoçar o azedume acumulado com o Congresso, se deve esperar dos parlamentares um tipo de adesão muito estável. Não haverá. Temos aí um parlamento de maioria conservadora, que representa interesses distintos de muitos entre aqueles que o governo Lula deseja representar e nem sempre as bancadas poderão renunciar a eles em favor de vantagens individualizadas.

Por óbvio, a distribuição de cargos e verbas deverá lubrificar a relação entre os dois poderes, mas Lula não se ilude quanto a certos limites: em determinados temas – como ficou demonstrado na votação do marco temporal – não há favores que o governo possa ofertar para demover deputados e senadores de votarem em linha com os setores que representam, sobretudo do agronegócio e do setor financeiro, mas também outros, como a bancada evangélica, mais atenta a expectativas centradas em questões de natureza sociocultural.

Ao fim, se deverá assistir a um movimento gradual do governo na direção do centro, com sucessivas concessões que o modelo institucional do nosso “presidencialismo de coalizão” impõem para garantir equilíbrio à governabilidade. Nisso, o congresso, por sua própria diversidade e descompromisso com atividades fins, leva uma vantagem: é o governo, e não ele, que mais precisa de estabilidade, uma vez que seu funcionamento requer planejamento e previsibilidade para dar curso às diversas etapas de cada uma de suas iniciativas e mesmo de suas atividades regulares.

Entre as expectativas de sua base política e as necessidades pragmáticas da boa governança, Lula há de logo se posicionar num centro de gravidade que a realidade impõe. Entregará anéis para salvar os dedos, anote.

 

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