Por Lorena Macedo
O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei Nº 14.693, que torna o Padre Cícero como Herói da Pátria. A decisão foi publicada no Diário Oficia da União nesta quarta-feira, 11.
Segundo o documento, a Lei entra em vigor a partir de hoje. “Fica inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, Distrito Federal, o nome do Padre Cícero Romão Batista”, diz o texto.
O jornalista Lira Neto, autor da biografia Padre Cícero (2009), disse ter oferecido o livro ao presidente da República “anos atrás”. “Padre Cícero herói? Santo? Ou embusteiro? Farsante? Só lendo o livro para tentar responder. Mesmo assim, há quem tenha lido e ficado com mais dúvidas do que certezas. Era este, exatamente, o meu objetivo. Provocar interrogações, não verdades absolutas”, disse o jornalista.
Quem foi Padre Cícero?
Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade do Crato, Ceará. Filho de Joaquim Romão Batista, comerciante, e Joaquina Vicência Romana. Foi estudar na Paraíba, mas em 1865, com a morte de seu pai, voltou para o Crato.
Ingressou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde foi ordenado Padre, em 1870, contra o voto do reitor do seminário, que lhe censurava pelas revelações de suas visões.
Dois anos depois, Padre Cícero foi designado vigário para o distrito de Juazeiro do Norte no Ceará, onde começou um trabalho pastoral com pregações e visitas domiciliares.
Restaurou a capela de Juazeiro, comprou imagens e ganhou a simpatia dos moradores, passando a exercer grande liderança na comunidade, que na época tinha 300 habitantes.
Milagre
Um “milagre” ocorrido em 1889 transformou a vida do religioso e da cidade. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca de uma fiel.
Logo a notícia do milagre se espalhou e o fato teria se repetido em público várias vezes. A cidade de Juazeiro passou a receber peregrinos de vários lugares.
Punição
Em 1894, Padre Cícero foi punido com a suspensão da ordem. Dois médicos foram chamados para testemunhar o “milagre” e confirmaram o fato que só fortaleceu a crença do povo.
Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal. O bispo mandou investigar e a igreja não aceitou o milagre decidindo punir o padre. Em 1894 foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pelo Vaticano.
Inconformado e sem poder celebrar missa, Padre Cícero foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena, ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado.
Com informações do ebiografia