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A gigante de alimentos M. Dias Branco, dona de marcas como Fortaleza, Piraquê, Vitarella, Adria e Jasmine, fechou 2024 com queda na receita e no lucro, reflexo da baixa nos preços das commodities e da alta do dólar. No entanto, a empresa, que manté sólida liderança no setor de massas e biscoitos no Brasil, aposta em ajustes operacionais e em um modelo de vendas mais centralizado para retomar o crescimento, além de destacar avanços em sua participação de mercado.
Os números
- Receita líquida: R$ 9,7 bilhões (-10,9% vs. 2023)
- Lucro líquido: R$ 646 milhões (-27,3% vs. 2023)
- Market share:
- Biscoitos: 32% (+0,2 p.p.)
- Farinha de trigo: 11,9% (+1,2 p.p.)
- Dívida líquida: alavancagem zero, com R$ 2,1 bilhões em caixa
O que aconteceu?
A empresa atribui o desempenho ao fim do ciclo de alta nos preços dos alimentos iniciado na pandemia e agravado por dois eventos internos:
- Troca de sistema de gestão em janeiro, que interrompeu a operação por vários dias.
- Aumento de preços em julho, após a disparada do trigo, enquanto concorrentes mantiveram os valores, impactando o volume de vendas.
Para reequilibrar custos, a M. Dias Branco desativou parte da produção em unidades no RJ e SP, fechou três centros de distribuição e unificou a diretoria comercial.
Sinais de recuperação
Apesar da queda anual, a empresa viu melhora no último trimestre:
- Receita: +4% vs. terceiro trimestre de 2024
- Lucro líquido: +41,5% no mesmo período
“O ano terminou melhor do que começou”, afirmou Fabio Cefaly, diretor de relações com investidores.
Avanços no Market Share
Mesmo com o recuo na receita, a M. Dias Branco conseguiu aumentar sua participação de mercado em dois segmentos chave:
- Biscoitos: Aumentou de 31,8% para 32%, consolidando sua posição de liderança.
- Farinha de trigo: Cresceu de 10,7% para 11,9%, evidenciando a força de suas marcas no setor.
Dividendos agora mensais
Para atrair investidores, a empresa alterou a política de pagamento de dividendos. A partir de abril, o valor pago por ação será mensal (R$ 0,03), em vez de trimestral (R$ 0,06).
O que esperar?
Com ajustes operacionais e foco na eficiência, a M. Dias Branco tenta recuperar margens e manter sua posição de liderança no setor. No entanto, o desafio será crescer diante de um mercado mais competitivo e do impacto das oscilações cambiais.