O fato: Aproximadamente 58% dos municípios cearenses avaliados no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) tiveram suas administrações classificadas como insatisfatórias em 2024. A análise foi elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e mede a capacidade das prefeituras de gerenciar os recursos públicos.
Detalhes: O IFGF varia de 0 a 1 e é classificado da seguinte forma: crítico (menos de 0,4), difícil (0,4–0,6), bom (0,6–0,8) e excelente (acima de 0,8). Das 181 cidades avaliadas, 104 apresentaram resultados críticos ou difíceis, enquanto 69 tiveram gestão satisfatória e oito alcançaram excelência. Graça, Meruoca e Penaforte não foram incluídas por apresentarem dados inconsistentes ou indisponíveis.
O IFGF médio do Ceará foi de 0,5491, 15,9% abaixo da média nacional, que atingiu 0,6531 pontos. O índice é calculado com base em quatro indicadores: autonomia, despesas com pessoal, liquidez e investimentos, usando dados fiscais oficiais das prefeituras informados à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
A ausência de administração fiscal eficiente compromete o investimento em áreas essenciais como educação e saúde e aumenta a vulnerabilidade dos municípios a crises. A dificuldade de arrecadação e a alta dependência de repasses federais e estaduais são apontadas como causas recorrentes no Nordeste.
Cenário de Fortaleza: A capital cearense apresentou IFGF de 0,7532, sendo classificada como “boa”, mas ficou apenas na 17ª posição entre as capitais brasileiras. O desempenho limitado se deve principalmente aos resultados nos critérios de despesas com pessoal e liquidez. O controle mais eficiente de gastos é apontado como estratégia para melhorar a posição da cidade no ranking.