O mundo político cearense, e seus arranjos particulares e públicos, foi sacudido com a Operação da PF que teve o deputado federal Júnior Mano (PSB), dentre outros investigados, como alvo nesta semana. Isso porque terá, a preço de hoje, desdobramentos para eleição de 2026, uma vez que o senador Cid Gomes, seu correligionário, cantou em verso e prosa que Mano será (seria?) seu candidato ao Senado, na vaga que hoje é “sua”.
Definido por Cid como alguém com “tanta liderança, tantos prefeitos vinculados ao seu mandato” e com a possibilidade “de remanejar isso tudo para fazer uma grande bancada de deputado federal“, Mano é (foi) a aposta irredutível de Cid para manter um lugar na chapa majoritária governista e, ao mesmo, ampliar os quadros do PSB, com o consequente aumento de fundo eleitoral, fundo partidário, tempo de propaganda e, por óbvio, força de pressão sobre os governos federal e estadual que sairão das urnas.
Um bom plano de poder.
Mas, veio a Operação, que incide/incidirá tanto sobre o deputado como sobre o senador. Afinal de contas, Cid se mostrou irredutível quanto à sua não-candidatura à reeleição e quanto à escolha por Mano.
Então, como mostrar-se como patrono maior de um deputado investigado, caso as denúncias se ampliem e sejam comprovadas? Como jogar essa peça no xadrez do governismo? Como os outros inúmeros candidatos senatoriais sob a sombra do governo e de Camilo reagirão a essa empreitada?
Cid manter-se-á decidido a não concorrer ao Senado? Manterá apoio a Mano?
Muitas análises estão centradas no deputado, mas sua importância se deve, sobretudo, ao lugar que teria, via Cid Gomes, na eleição de 2026.