📍 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por “reiterado descumprimento de medidas cautelares”. A medida se baseia na participação do ex-mandatário, por chamada de vídeo, em um ato com apoiadores em Copacabana (RJ) no domingo.
🔴 A decisão vem acompanhada da apreensão do celular de Bolsonaro e da proibição de visitas — exceto de advogados e pessoas expressamente autorizadas pelo Supremo.
O que motivou a decisão
📹 O vídeo que desencadeou a reação de Moraes foi publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e apagado horas depois. Nele, o ex-presidente fala aos manifestantes, o que para Moraes configura uma tentativa dissimulada de manter influência sobre atos públicos com potencial de coação institucional.
🧾 Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro “produziu dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça”.
🇺🇸 Moraes ainda destacou que, no ato, havia bandeiras dos Estados Unidos e manifestações de apoio às tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil — o que, segundo ele, caracteriza tentativa de pressão externa e afronta ao STF.
Trecho da decisão
“Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça […]. A participação no ato foi dissimulada e demonstrou conduta ilícita.”
— Alexandre de Moraes
Contexto e reação no STF
⚖️ Para ministros da Corte ouvidos reservadamente, mesmo que o vídeo tenha sido apagado, a postagem pública feita por Flávio Bolsonaro sugere uma ação articulada e reincidente.
🛑 Bolsonaro já estava submetido a restrições impostas por Moraes no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e ataques às instituições. A decisão de hoje eleva a temperatura do embate institucional e põe o ex-presidente sob vigilância mais rígida.
🎯 Vá mais fundo
A nova ordem de prisão domiciliar reforça a tese de Moraes de que Bolsonaro continua a operar politicamente de forma a tensionar o Judiciário — mesmo após as operações da PF e os inquéritos em curso. O uso de bandeiras estrangeiras e o apoio público às sanções impostas por Donald Trump ao Brasil adicionam um ingrediente geopolítico à crise, aprofundando a leitura de que há tentativa de internacionalização da pressão contra a Suprema Corte. A decisão de Moraes, mais do que disciplinar, é também um recado político e jurídico: o Supremo não tolerará insubordinação simbólica — nem mesmo pela via digital.