A postura adotada pelo governo Lula diante do BRICS revela uma política externa marcada por vaidade ideológica, falta de estratégia e desprezo pelas consequências práticas. Ao defender publicamente a criação de uma moeda alternativa ao dólar, Lula despertou a reação imediata dos Estados Unidos, que interpretaram a iniciativa como uma provocação ao sistema financeiro internacional. Donald Trump, com a assertividade que o caracteriza, já advertiu sobre tarifas severas aos países que se engajarem nesse tipo de projeto. O Brasil, por consequência, tornou-se alvo direto de possíveis sanções num momento delicado da sua economia.
O equívoco não está apenas na proposta em si, mas sobretudo na forma como foi apresentada. Lula lançou o tema sem o devido preparo diplomático e sem alinhamento efetivo com os outros membros do bloco. O resultado foi um constrangimento geopolítico. A China enviou apenas representantes de segundo escalão. A Índia, por sua vez, estreitou laços com os Estados Unidos e evitou qualquer envolvimento prático com a proposta. O Brasil ficou sozinho num palco que ele próprio iluminou.
Somando-se a isso, a tolice das manifestações ufanistas dos militantes lulistas contribui ainda mais para expor o país ao ridículo. Discursos triunfalistas que falam em “liderança mundial” e “autonomia financeira” soam como delírio quando confrontados com a realidade. O Brasil, que outrora foi respeitado por sua diplomacia baseada no bom senso, na moderação e na busca por consensos, vê-se agora atrelado a bravatas de palanque e improvisações perigosas.
Em vez de uma diplomacia silenciosa, madura e construtiva, o que se vê é um uso desmedido da política externa como ferramenta de vaidade pessoal. A conta desse erro pode ser alta. O risco de retaliações comerciais é real. E o impacto será sentido no câmbio, na indústria, no comércio e na mesa das famílias brasileiras.
O Brasil precisa urgentemente resgatar a seriedade e a responsabilidade na condução de suas relações exteriores. Uma política externa que desconsidera as consequências e prioriza o discurso ideológico não serve ao povo. Serve apenas ao ego de quem governa. E esse é o tipo de isolamento que o país não pode mais pagar.
