O Nobel de Economia 2025 e a urgência de uma sociedade guiada pela ciência; Por Adriana Rolim

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Em 2025, a inovação movida pelo conhecimento concedeu o Prêmio Nobel de Economia a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt. Os pesquisadores foram premiados por suas contribuições para explicar como as sociedades conseguem manter o crescimento econômico ao longo do tempo. Não se tratou de um reconhecimento por análises financeiras ou estatísticas, mas sim pela compreensão de como as ideias transformam o mundo.

A análise histórica realizada por Joel Mokyr mostrou que um ambiente pautado pela curiosidade, pela valorização de novas ideias e pela busca de explicações científicas está mais relacionado ao avanço do que as invenções isoladas. Essa mentalidade — e não apenas as máquinas — impulsionou a Revolução Industrial e o progresso contínuo da sociedade. A “destruição criativa”, conceito explorado por Aghion e Howitt, explica que o novo substitui o velho, gerando conflitos que, se bem administrados, se convertem em renovação e crescimento.

A premiação deste ano reforça que a prosperidade depende da ciência e da inovação. Esses avanços só ocorrem quando há liberdade de pensamento, investimento em pesquisa e uma sociedade aberta ao novo. Prosperidade não é algo garantido; ela precisa ser continuamente cultivada e defendida.

Em uma era em que a tecnologia redefine hábitos, empregos e relações humanas, o trabalho dos laureados nos convida a refletir sobre o papel do conhecimento. O futuro será construído pela forma como usamos a ciência para gerar inovações éticas e sustentáveis — e não apenas por algoritmos ou máquinas.

Apoiar a ciência é, portanto, um compromisso com o futuro coletivo. A capacidade de inovar, buscando o bem-estar das pessoas e o equilíbrio do planeta, é o que define o verdadeiro desenvolvimento. É exatamente sobre isso que trata o Prêmio Nobel de Economia 2025: como a curiosidade humana, guiada pela razão e pela responsabilidade, continua sendo nossa maior força de transformação.

Adriana Rolim é farmacêutica, doutora em Farmacologia. Docente e Pesquisadora da Universidade de Fortaleza. Foto: Ares Soares

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Focus Poder inicia a série Protagonistas com o perfil de Chagas Vieira, o “interprete das ruas”

O “bolsa família” urbano: Lula ordena que ministro da Fazenda estude tarifa zero para o transporte público

Fortaleza desmontou um dos melhores sistemas de transporte urbano do Brasil

A articulação global da China que tem o Ceará como eixo estratégico; Por Fábio Campos

Pesquisa: Disputa pelo Senado expõe força de Cid Gomes, RC resiliente e a fragilidade do bolsonarismo quando dividido

Aprovação sólida mantém Elmano favorito a mais de um ano da eleição

Brasil tem 37,8% de trabalhadores informais; Saiba o tamanho da formalidade e da informalidade no Ceará

Com Camilo ao lado, Lula transforma aniversário de 95 anos do MEC em ato político

Bolsonaro antecipa o jogo e aposta em Tarcísio para 2026

A polêmica anunciada no entorno do Aeroporto Pinto Martins

A derrota da aberração: quando a política encontra seus limites

Lula e Trump em rota de conciliação (ou será colisão?); Por Fábio Campos

MAIS LIDAS DO DIA

A biblioteca do padre; Por Angela Barros Leal

Ceará lidera inadimplência de aluguéis no país em agosto

Trabalho por aplicativos cresce 25,4% e atinge quase 1,7 milhão de brasileiros em 2024

Obituário: Lauro Chaves Filho (1948–2025)

O Nobel de Economia 2025 e a urgência de uma sociedade guiada pela ciência; Por Adriana Rolim