Se a guerra comercial entre EUA e China fosse um duelo de inteligência, Trump teria escolhido o veneno errado — e Xi Jinping já teria tomado o antídoto há anos.
Por Alan Beattie | Adaptado por Focus Poder
📌 O que importa
A China venceu a batalha comercial com os EUA antes mesmo de ela realmente começar. A avaliação é do Financial Times, ao apontar que Trump, mal assessorado e impulsivo, acabou desmontando suas próprias tarifas punitivas sem obter quase nada em troca — nem mesmo o fim claro das restrições chinesas à exportação de minerais estratégicos.
🔍 O pano de fundo
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Em abril, a China restringiu a exportação de terras raras “pesadas”, como o disprósio — insumo crucial e praticamente sem concorrência fora do território chinês.
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As novas regras são controladas com precisão militar, via licenças com critérios de uso “duplo” (inclusive militar).
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Pequim manteve portas entreabertas para europeus — como fornecedores da Volkswagen —, mas tratou os EUA com frieza calculada.
⚠️ Trump desarmado
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A retórica dura não se traduziu em vantagem estratégica.
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As tarifas descoordenadas atingiram empresas americanas e abastecimento interno.
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Restrições de exportação de tecnologia, semicondutores e até etano não surtiram o efeito esperado.
📉 Efeito colateral
A tentativa de impor limites à China gerou mais danos internos aos EUA e aos aliados do que ao próprio Xi Jinping. A China avançou no desenvolvimento doméstico de chips e reagiu com tática e método. Trump, ao contrário, agiu como um jogador que não conhece o tabuleiro.
🎬 Cena final
Como no filme A Princesa Prometida, Trump é o vilão que escolhe a taça errada num jogo que o oponente já domina há muito tempo.
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💬 Vá mais fundo
O arsenal dos EUA ainda é vasto — mas exige precisão e estratégia. Xi Jinping, silenciosamente, estruturou defesas e investiu na soberania industrial. Já Trump insiste em barulho. E barulho, como se sabe, não move contêiner.