
📈 O dado
A pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta (24) mostra que a avaliação positiva do governo Lula subiu para 48%, superando a negativa, que ficou em 47,2%. É o melhor resultado desde janeiro de 2024. A aprovação pessoal do presidente também cresceu, alcançando 51,2%.
🔎 A leitura
Depois de um ano oscilando em terreno negativo, Lula recupera terreno e volta a ter maioria de apoio popular. O movimento é contínuo desde agosto e reflete dois vetores:
- Política econômica de alívio ao bolso, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e redução do preço de alimentos e bebidas.
- A cena internacional, especialmente o embate direto com Donald Trump, que anunciou tarifas contra produtos brasileiros — episódio que galvanizou a narrativa nacionalista do Planalto.
A melhora é simbólica: desde novembro do ano passado o governo não registrava vantagem entre avaliações “ótimo/bom” sobre “ruim/péssimo”.
🧭 O contexto
O levantamento ouviu 14.063 pessoas entre 15 e 19 de outubro, pela internet, com margem de erro de 1 ponto percentual e confiança de 95%.
Desde agosto, o crescimento da aprovação tem sido gradual:
- Agosto: 44% de ótimo/bom
- Setembro: 46,2%
- Outubro: 48%
A desaprovação caiu de 48% para 47,2%, e apenas 4,8% consideram o governo “regular”.
💰 O fator econômico
A pesquisa mostra que 84% dos entrevistados avaliam positivamente o aumento da faixa de isenção do IR.
Para 42%, medidas como essa e o desconto na conta de luz tornam a imagem do governo “muito mais positiva”.
Com a inflação sob controle e o consumo reagindo lentamente, Lula tenta ancorar sua popularidade na sensação de que “a vida está melhorando” — ainda que os indicadores de crescimento sigam modestos.
⚠️ O alerta
Apesar da melhora, os problemas percebidos pela população permanecem graves.
- Corrupção é apontada por 60% como principal preocupação, contra 54% em agosto.
- Violência e tráfico de drogas, por 57%, em alta de 10 pontos.
- Extremismo político (21,2%) e economia e inflação (19,7%) completam o ranking.
O Planalto, portanto, convive com um paradoxo: cresce a aprovação, mas a agenda de segurança e combate à corrupção pressiona a confiança no médio prazo.
📊 Vá mais fundo
A série histórica da AtlasIntel mostra que os momentos de recuperação de Lula costumam coincidir com anúncios de políticas de renda e consumo popular.
O desafio é manter a tendência até o início de 2026, quando o debate sucessório voltará a dominar o cenário.
Se a economia continuar ajudando, Lula chega à virada do ano com base consolidada e narrativa favorável. Se tropeçar, os 48% de hoje podem ser apenas um respiro estatístico.







