O que está acontecendo:
Reportagem do UOL aponta que Polícia Federal investiga um esquema envolvendo o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), acusado de manipular eleições municipais em 51 cidades no Ceará. O esquema inclui compra de votos e desvio de verbas públicas provenientes de emendas parlamentares. Segundo os documentos da PF, o deputado teve um “papel central” na operação, mas ele nega todas as acusações.
Por que importa:
O caso expõe a vulnerabilidade de emendas parlamentares, conhecidas como “emendas Pix”, que permitem repasses sem plano de trabalho prévio. Essas práticas estão no centro de debates entre o STF e o Congresso sobre a falta de transparência no uso das verbas públicas.
Os detalhes
1.Conexão com prefeito foragido
•Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró, é apontado como líder do esquema. Ele foi preso em novembro, liberado, e agora está foragido. Apesar disso, foi diplomado como prefeito de Choró e pode assumir o cargo em 1º de janeiro por procuração.
2.Participação de Júnior Mano
•A PF afirma que o deputado desviava recursos de emendas para financiar o esquema.
•Entre 2021 e 2024, 45% das emendas do parlamentar foram do tipo “Pix”, somando R$ 47 milhões sem necessidade de prestação de contas detalhada.
3.Desdobramentos judiciais
•O caso subiu ao STF devido ao foro privilegiado do deputado e está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes.
•O Ministério Público pede a cassação da chapa de Bebeto, apontando áudios que indicam compra de votos.
4.Depoimentos e provas
•Uma prefeita da região revelou à PF que parte do dinheiro desviado era lavado por Bebeto e destinado à compra de votos.
•Um suspeito foi preso com R$ 600 mil em dinheiro vivo e admitiu a existência do esquema.
O que dizem os envolvidos
•Júnior Mano: nega irregularidades e afirma ser vítima de “uso indevido” de seu nome. Seus advogados pediram sigilo total do caso.
•Bebeto do Choró: permanece foragido. Sua defesa entrou com habeas corpus no STF para garantir sua posse.
Vá mais fundo:
•O uso de emendas parlamentares sem rastreabilidade pode facilitar esquemas de corrupção.
•A disputa entre Congresso e STF sobre transparência nas emendas ainda está longe de um consenso.