
A menos de um ano da disputa municipal e a quatro meses da janela de desincompatibilização, o governador Elmano de Freitas (PT) prepara uma ampla mexida no primeiro escalão. Focus apurou que, entre o fim de dezembro e março de 2026, a previsão é de que pelo menos 15 nomes deixem suas funções. A lista inclui peças centrais da engrenagem estadual: Domingos Filho (Desenvolvimento Econômico), Moisés Braz (Desenvolvimento Agrário), Luísa Cela (Cultura), Chagas Vieira (Casa Civil), Lia Gomes (Mulheres), Vladyson Viana (Trabalho), Fernando Santana (Recursos Hídricos) e Eduardo Bismarck (Turismo).
Uma parte desse grupo mira a Câmara dos Deputados — casos de Bismarck e Santana. Outro pelotão será remanejado conforme as necessidades da coalizão governista, como ocorre com Chagas Vieira, cotado para novas funções no arranjo político de 2026.
A vice-governadora Jade Romero (MDB) também deve se afastar da área de Proteção Social para viabilizar eventual candidatura a deputada federal. Ela segue no Executivo, mas sem assumir a linha de frente, para não ferir regras eleitorais. A ideia inicial era acelerar as exonerações já em dezembro, mas o desenho atual indica que a maior parte seguirá nos cargos até depois do Carnaval.
Câmara e Alece em vista
A base de Elmano se movimenta para formar bancadas robustas em Brasília e na Alece. Zezinho Albuquerque (PP), hoje à frente das Cidades, retorna ao Legislativo estadual para buscar mais um mandato. O comandante da Proteção Animal, Erich Douglas — eleito vereador em Fortaleza — deve tentar vaga na Assembleia.
Na Cultura, Luísa Cela, recém-filiada ao PT, trabalha para disputar espaço tanto na Alece quanto na Câmara Federal. Também entram no radar Adelita Monteiro (Juventude), do Psol; Vladyson Viana (Trabalho); e Oriel Nunes Filho (Pesca e Aquicultura), todos avaliando voo eleitoral em 2026.
O impacto na Capital
No Paço Municipal, o prefeito Evandro Leitão (PT) prepara ajustes paralelos aos do Abolição. A sinalização é de anúncios coordenados entre Estado e Município. Na Prefeitura, as mudanças devem atingir, sobretudo, gestores das Regionais interessados em disputar a Assembleia Legislativa.
O que está em jogo
A dupla Evandro–Elmano terá de equilibrar três movimentos simultâneos:
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Manter o ritmo das entregas — obras, programas sociais e agendas estruturantes;
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Reposicionar equipes sem ruídos, em áreas consideradas estratégicas para a articulação política;
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Afinar a máquina para 2026, num ano marcado por disputas internas, reposicionamentos partidários e o teste da reeleição no Governo.
Com a temporada eleitoral se aproximando, cada saída — e cada chegada — redefine o tabuleiro.






