O fato: A produção industrial brasileira registrou um crescimento tímido de 0,1% em abril, após avanço de 1,2% em março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE. O desempenho veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma expansão de 0,5%, conforme a mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data.
Apesar do resultado fraco, a indústria acumula uma alta de 1,4% no ano e uma expansão de 2,4% no acumulado de 12 meses. Já na comparação com abril de 2024, o setor apresentou uma queda de 0,3%, acendendo um sinal de alerta para a atividade econômica no segundo trimestre.
Setores que sustentaram o crescimento: O gerente da pesquisa, André Macedo, avalia que o resultado “veio muito próximo da estabilidade”, mas destaca que 13 das 25 atividades industriais apresentaram desempenho positivo. Entre os segmentos que sustentaram a leve alta estão as indústrias extrativas, com 1% de crescimento, e o setor de bebidas, que avançou expressivos 3,6%.
“O setor extrativo, que acumula uma expansão de 7,5% em três meses consecutivos de crescimento, foi impulsionado pela maior extração de petróleo e minério de ferro”, afirmou Macedo.
Sinais de desaceleração: O desempenho abaixo do esperado reforça os sinais de uma desaceleração na produção, movimento que já vinha sendo monitorado pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda. A expectativa é que, diante da atividade mais fraca, as discussões sobre política monetária e estímulos econômicos ganhem ainda mais força nos próximos meses.
Com a demanda interna ainda mostrando fragilidade e a confiança da indústria oscilando, o governo deve acompanhar com atenção os próximos indicadores, enquanto o mercado avalia o impacto sobre o PIB do segundo trimestre.
A indústria segue, portanto, como um termômetro central das expectativas sobre o ritmo da economia brasileira em 2025.