Por Emanuel Freitas
Especial para o Focus Poder
A manhã deste sábado movimentou a política da capital com a divulgação dos números da última pesquisa AtlasIntel, contratada pelo Focus Poder, para a Prefeitura de Fortaleza. Com uma margem de erro menor que as outras pesquisa divulgadas (2 pontos percentuais) e com um amplo conjunto de entrevistados (2.601), o resultado trazido mostra consolidação da famigerada polarização, com André (PL) e Evandro (PT) empatados tecnicamente: 27% cada um, com uma levíssima vantagem para o petista, os dois cresceram dois pontos.
Um excelente resultado para Evandro, que dobrou a aposta na relação com Lula e Camilo no HGPE e que deverá levar isso como grande trunfo caso esteja, de fato, no segundo turno. A notícia também é boa para André, por dois motivos: cresceu apesar dos ataques concentrados de seu ex-aliado Wagner, e cresceu sem explorar o apoio de seu padrinho, o que deverá repetir-se numa eventual ida ao segundo turno, mantendo o tom propositivo.
A pesquisa nos mostra o que explica a “fortaleza” eleitoral dos dois, comparando os dados de hoje com aqueles da pesquisa publicada em 24/09. Vejamos:
André Fernandes foi de 25 para 27,5% das intenções de votos, manteve sua imagem positiva em 34%, diminuiu sua imagem negativa em três pontos (de 63 para 60%). Num possível segundo turno cresceu dois pontos contra Sarto, três contra Wagner e manteve seu percentual de votos contra Evandro, que diminuiu em dois pontos a vantagem sobre ele.
Um dado ainda mais vantajoso para André é a diminuição da rejeição de Bolsonaro (de 71 para 66%) e o consequente aumento de sua aprovação (22 para 31%). Isso sem aparecer no rádio ou na tv!
O candidato do PL deve seu bom desempenho ao crescimento nos seguintes segmentos: homens (foi de 29 a 36%), evangélicos (de 35 para 45%), entre os que ganham entre R$ 2 e 3 mil (de 19 para 34%), eleitores de Wagner em 2020 (de 46 para 57%) e eleitores de Bolsonaro em 2022 (de 60 para 68%).
Por sua vez, Evandro Leitão, que subiu de 25 para 27,7% das intenções de voto, manteve sua imagem positiva (33%), mas ampliou sua imagem negativa (indo de 53 para 55%); aumentou sua vantagem em sete pontos num segundo turno contra Wagner (de 32 para 39%), embora ainda seja derrotado por ele; perdeu dois pontos no cenário contra André (indo de 46 para 44%) e cresceu apenas um contra Sarto.
Quando se olha para os segmentos que explicam seu bom desempenho, temos o seguinte: mulheres (de 28 para 35%), católicos (de 25 para 29%) e outras religiões (de 24 para 43%), eleitores com ensino fundamental (de 24 para 41%), pessoas que ganham até R$ 2 mil (de 24 para 32%), beneficiários do Bolsa Família (24 a 31%), eleitores de Sarto em 2020 (de 41 para 47%).
Dois de seus patronos tiveram ampliados os índices de aprovação: Elmano (indo de 33 para 34%) e Lula (indo de 45 para 48%), mas ainda abaixo do que ocorreu com Bolsonaro.
Seu grande trunfo deverá ser, caso vá ao segundo turno, o potencial de aprovação de quem marchará a seu lado: Camilo (59%), Lula (51%), Cid Gomes (43%) e Elmano (37%), isso sem falar de Luizianne Lins (expressivos 47%).