Rompimento de Cid em “pause” com o camilismo retomando negociações

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Em conversa com o Focus Poder, o senador Cid Gomes (PSB) disse que ainda não há uma decisão oficial sobre o declarado rompimento com o grupo político liderado pelo senador Camilo Santana e pelo governador Elmano de Freitas, ambos do PT, no Ceará. É sinal de que as conversas foram reabertas e, possivelmente, vão se prolongar por este feriado de quarta-feira, 20, dia da consciência negra.

Havia a expectativa de que a reunião do PSB da tarde de hoje, terça-feira, seria o palco da oficialização do rompimento político do senador Cid Gomes com o grupo que a crônica política já considera como sendo liderado pelo ministro Camilo Santana.

Atentem para esse ponto: na leitura política mais correta, Cid Gomes não estava promovendo uma ruptura com o PT, partido com o qual convive em alianças desde 1996, quando disputou e venceu as eleições para a Prefeitrura de Sobral. As duas candidaturas de Cid ao Governo do Ceará e a candidatura ao Senado também se deram em aliança com o PT.

O anunciado (mas, por enquanto, suspenso) rompimento de Cid estava se dando mais objetivamente com o grupo comandado pelo senador Camilo Santana (PT), que não se pode dizer que representa o PT como um todo no Ceará, muito embora seja sua principal liderança. Pode-se dizer que se tratava de um rompimento com o que a crônica política já pode denominar de “camilismo”.

Para alguns interlocutores do Focus, que consideram que houve desatenção do “camilismo” com Cid no processo de escolha do próximo presidente da Assembleia, o prejuízo com a saída do senador da base de apoio, mesmo que de forma individual, cairia no colo do próprio Camilo e de Elmano.

“Não considerar a posição de Cid nesse caso da Assembleia é um movimento completamente desnecessário. De que serve deixar um experiente e hábil político à espreita dos acontecimentos futuros? A troco de que?”, relata um interlocutor lembrando que Elmano tem uma dificil reeleição pela frente e Camilo uma empreitada complexa para se tornar candidato a presidente da República.

“Não é muito inteligente reforçar as fileiras inimigas cedendo para a oposição um general quatro estrelas com o peito cheio de medalhas e títulos pelas vitórias em tantas batalhas”.

Durante conversa com a imprensa, quando disse que as conversas ainda estão viscejando, Cid fez analogias com o futebol, ressaltando a necessidade de paciência e cautela nas negociações em curso.

“A gente só pode falar e comemorar a elevação do Ceará à série A depois de completada a 38ª rodada”, disse o senador, referindo-se ao campeonato brasileiro de futebol. “A gente tem vontade de comemorar, mas vamos aguardar a conclusão da última rodada da série B e, se Deus quiser, comemorar a ascensão do Ceará.”

 

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