O fato: O Santander elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, passando de 1,5% para 1,8%. A revisão foi impulsionada por perspectivas mais otimistas para o setor agropecuário, que deverá apresentar um crescimento significativo devido à expectativa de uma safra robusta.
As estimativas iniciais para 2025 indicam um aumento de 12% na produção de soja e 3% na de milho. Esses números levaram o banco a ajustar sua projeção para o crescimento da agropecuária, de 1,5% para 4,8%. “Isso também impulsiona a indústria e os serviços através de efeitos secundários, sugerindo uma alta probabilidade de um resultado forte do PIB no primeiro trimestre de 2025”, explicou Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, em relatório.
Fatores de apoio e riscos: Do lado da demanda, o Santander destaca dois fatores positivos para a economia:
• Consumo das famílias: A resiliência do mercado de trabalho, somada à manutenção dos ganhos salariais reais, deve sustentar o consumo.
• Estímulos parafiscais: A intensificação desses estímulos nos últimos meses, que impactam positivamente os investimentos, deverá continuar gerando efeitos econômicos.
Por outro lado, há riscos que podem limitar o desempenho econômico, como:
• Impulso fiscal negativo: A perspectiva de restrições fiscais em 2025 pode afetar investimentos e consumo.
• Política monetária restritiva: Taxas de juros elevadas continuam sendo um desafio para o crescimento.
Agropecuária em destaque: Apesar do otimismo para 2025, o Santander projeta uma retração de 1% no PIB da agropecuária em 2024, reflexo de fatores conjunturais. Em relação ao ciclo pecuário, o Banco Safra reconheceu um erro em suas previsões. Inicialmente, o banco havia projetado que a fase de liquidação do ciclo do boi (aumento do abate de vacas) seria substituída pela fase de retenção até o segundo trimestre de 2024. Contudo, a reversão só foi confirmada no terceiro trimestre.
Com perspectivas positivas para as principais safras e ajustes no setor pecuário, o desempenho do setor agropecuário se mostra como um dos principais vetores para a recuperação econômica no próximo ano.