
O fato: A Universidade Federal do Ceará (UFC) encerrou seu acordo de intercâmbio e cooperação acadêmica com a Universidade Ben-Gurion, de Israel. A decisão, aprovada pelo Conselho Universitário na segunda-feira (6), foi tomada em solidariedade ao povo palestino e em repúdio ao que a instituição classificou como “genocídio em andamento” na Faixa de Gaza.
Contexto: O rompimento segue uma série de desligamentos de instituições brasileiras em parceria com universidades de Israel, incluindo a Unicamp. Em moção, o Consuni destacou que “não é mais possível tolerar a continuidade do genocídio e da violação das normas internacionais pelo Estado de Israel” e se comprometeu a promover ações de conscientização sobre a realidade palestina.
Impacto: Segundo nota da UFC ao Diário do Nordeste, o encerramento não afetará estudantes, já que o convênio não promovia atividades há mais de dois anos e não resultou em intercâmbios recentes. O acordo, firmado em dezembro de 2022, previa ações interdisciplinares em inovação, empreendedorismo, soluções tecnológicas sustentáveis e economia criativa. Entre 2022 e 2023, foram realizados um curso e uma hackathon virtual, ambos concluídos em julho de 2023.
Pressão da comunidade acadêmica: O cancelamento do acordo também atende a reivindicações da comunidade universitária. No dia 2 de outubro, dezenas de estudantes protestaram no Campus do Benfica, em Fortaleza, interrompendo temporariamente o tráfego da Avenida da Universidade e pedindo o rompimento das parcerias com Israel.
Solidariedade a Luizianne Lins: Durante o ato, os estudantes também solicitaram a libertação da professora e deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), detida em Israel ao tentar entregar ajuda humanitária em Gaza. A UFC declarou acompanhamento institucional do caso e reforçou apoio ao povo palestino e à libertação de todos os tripulantes da iniciativa humanitária. Luizianne foi libertada na segunda-feira (6) e chegou ao Brasil na terça-feira (7).