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Volta ao normal? Por João Flávio Nogueira

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João Flávio Nogueira é médico (CRM-CE 9344, RQE 4114), formado na Universidade Federal do Ceará – UFC, com residência médica em otorrinolaringologia em São Paulo. Fellowship na Penn University – Philadelphia; membro da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço; e professor convidado do Massachusetts Eye and Ear Infirmary – Harvard affiliate.

Creio que a maioria das pessoas ainda não entendeu que as medidas de restrições sociais que temos hoje no Brasil e em muitos países do mundo existem SOMENTE para retardar a progressão da doença, NÃO para erradicá-la até o final de maio ou junho.

A doença vai continuar entre nós por algum tempo, até que uma vacina ou que medicações verdadeiramente eficazes sejam encontradas.

Muitas pessoas, médicos inclusive, parecem não estar entendendo isso porque ingenuamente pensam que, de alguma forma, nos livraremos do vírus para que a vida e a economia voltem ao normal o quanto antes.

A tal expressão “achatar a curva” significa desacelerar a doença para que os hospitais possam lidar com os pacientes, tanto os que apresentam complicações da Covid-19, quanto os que necessitam deles por outras razões.

Não há volta ao normal. O que muitos consideram como “normal” não existirá por algum tempo. As economias em todo o mundo continuarão sangrando e é provável que tenhamos outras “quarentenas” até que uma vacina ou medicamento eficaz sejam encontrados.

E mesmo quando o isolamento social for suspenso, o setor de turismo e muitos outros, como o comércio, por exemplo, não verão um aumento nos negócios. Aprendendo com as lições do passado, as pessoas terão medo e continuarão se isolando e evitando aglomerações mesmo sem as restrições sociais impostas pelo governo.

E sem uma vacina ou medicamento eficazes, o único alívio que talvez obteremos é quando e se tivermos milhares de pessoas infectadas e recuperadas, com poucas mortes, para que tenhamos algum nível de “imunidade de rebanho”.

Essa é uma teoria que ainda precisa ser comprovada, porque alguns países e estudos científicos já começam a falar que podem haver pessoas sendo re-infectadas, ou seja, mesmo curadas da Covid-19 as pessoas podem não ter a tal “imunidade duradoura” e adoecerem novamente da Covid-19.

E, mesmo que tenhamos uma “imunidade duradoura” contra o Covid-19, nas projeções e modelos matemáticos alcançaríamos a “imunidade de rebanho” somente em setembro ou outubro desse ano. Isso significa economia claudicante até, pelo menos, lá.

Não existe “volta ao normal”. Normal não existe mais. Temos que nos conformar e tentar nos adaptar a essa nova realidade e novo mundo. E olha que a tempestade sequer chegou forte ainda…

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