Wagner, as pesquisas e a eleição que pode não ser “a sua”; Por Emanuel Freitas

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A última rodada de pesquisas AtlasIntel, contratada pelo Focus Poder e divulgada neste sábado, 05/10, trouxe notícias nada alvissareiras para Capitão Wagner (UNIÃO), mas que confirmaram as tendências apontadas na longa série desde que a campanha teve início.

Repetindo o script das eleições de 2016, 2020 e 2022, o candidato iniciou a campanha com alta competitividade e acabou perdendo musculatura ao longo do mês de setembro, tendo agora a novidade de sua derrota ainda no primeiro turno.

Na série da Atlas/Intel, o candidato foi de 29% em dezembro, marcou 20% em agosto, 21 e 22% nas duas pesquisas divulgadas em setembro e, na de hoje, está com 17% das intenções de voto, o que o põe fora do segundo turno. Por óbvio, caro/a leitor/a, saberemos do exato resultado apenas amanhã.

Nas simulações de segundo turno, perdeu um ponto no cenário com Evandro (43%), cresceu um contra Sarto (39%) e cresceu três contra André (40%), vencendo todos os adversários. Sua imagem positiva foi de 32 para 37%.

O que deu errado com Wagner? Começou a campanha ao estilo “paz e amor”, sem enfrentamentos com ninguém e apostando seriamente na “maturidade” e no “diálogo” – o que lhe coube o apelido de “tapioca” pelo QG de André já no começo, com direito a jingle, e sua esposa, Daiane, disse sentir “saudade” do Wagner “pá pá”, que batia na mesa etc. Depois, passou a duas estratégias principais: atacar pesadamente André e direcionar-se a evangélicos; ambas as estratégias, com foco nas mulheres.

Suas intenções de voto diminuíram entre homens (de 33 para 19%), entre os que têm ensino superior (de 23 para 17%), entre os que ganham de R$ 2 mil a 3 mil (de 34 para 13%), seus eleitores em 2020 (de 42 para 34%) e em 2022 (de 39 para 33%).
Wagner considerava-se, e era considerado por analistas e políticos, como um “líder”.

Liderar é uma ação/relação que se estabelece com a existência de liderados e a permanência destes em tal condição. A eleição deste ano, com a desidratação progressiva de sua candidatura, nos dá mostras de que havia, sim, um grupo a ser liderado, mas a condição de liderança não estava estabelecida na persona de Wagner, que cedeu lugar, ao que parece, para André, exatamente aquele com quem Wagner tentou duelar e a quem pediu perdão, ao vivo, na última quinta, como prelúdio do que está por vir.

Esta eleição não será, segundo o que indicam os números, a “sua eleição”.

Emanuel Freitas da Silva é articulista do Focus Poder, professor adjunto de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

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