
A australiana Fortescue suspendeu dois projetos de hidrogênio verde já na fase de decisão final de investimento (FID): um em Arizona (EUA) e outro em Gladstone (Austrália). O motivo: reavaliação estratégica para garantir viabilidade econômica e retorno aos acionistas.
No Ceará, o projeto de R$ 18 bilhões no Complexo do Pecém segue em andamento, segundo nota oficial, e continua como parte do portfólio global da companhia.
🚫 Projetos suspensos
- EUA (Arizona) – 80 MW, investimento de US$ 550 milhões. Cancelado após mudanças políticas que reduziram incentivos à energia verde sob o governo Donald Trump.
- Austrália (Gladstone) – 50 MW, interrupção de testes e mudança de estratégia; ativos e terreno serão reaproveitados.
O CEO de Crescimento e Energia, Gus Pichot, apontou que “a falta de certeza e o retrocesso na ambição verde interromperam o desenvolvimento dos mercados emergentes”.
📌 O cenário no Ceará
A Fortescue é uma das cinco empresas com pré-contrato no Pecém para produção de amônia verde. Os números do Complexo do Pecém impressionam:
- Casa dos Ventos – R$ 12 bi | 1,2 GW
- Fortescue – R$ 18 bi | 1,2 GW
- FRV – R$ 6 bi | 500 MW
- Qair – R$ 17,7 bi | 2,52 GW
- Voltalia – R$ 2,7 bi | 280 MW
Total previsto só no Ceará: R$ 56 bilhões — de um total nacional de R$ 63 bilhões.
🔍 Vá mais fundo
A decisão da Fortescue expõe um contraste:
- Nos EUA, a política federal atual trava o avanço da transição energética.
- No Ceará, o ambiente regulatório e os acordos pré-existentes sustentam os planos.
O projeto do Pecém é peça estratégica para a economia verde local, com potencial de gerar empregos, atrair tecnologia e consolidar o Ceará como polo global de H₂V.