O fato: A concessão do Parque Nacional de Jericoacoara à empresa Urbia Cataratas, supervisionada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), gerou uma onda de críticas e mobilizações populares. Ambientalistas acusam a gestão de negligenciar a conservação do parque, colocando em risco o equilíbrio ambiental e econômico de um dos destinos turísticos mais importantes do Brasil. É revoltante que um patrimônio natural de tamanha importância esteja sendo tratado com tamanho descaso pelas autoridades.
Denúncias e impactos ambientais: Recentes intervenções no parque levantam suspeitas graves de violações à Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98). A falta de infraestrutura adequada, somada à cobrança de altas taxas de ingresso, sem retorno direto em preservação ambiental, apenas intensifica a sensação de que os interesses financeiros estão se sobrepondo à proteção do meio ambiente. É impossível não questionar: até quando os danos ambientais serão ignorados em nome do lucro?
Sustentabilidade em risco: O artigo 40 da Lei de Crimes Ambientais prevê punições severas para danos diretos ou indiretos em áreas protegidas, mas a realidade de Jericoacoara é alarmante. A crescente pressão sobre as autoridades ambientais para reverter a concessão e reconsiderar as intervenções no parque é um reflexo claro do temor de que este importante destino turístico seja irremediavelmente comprometido. O futuro de Jericoacoara, e com ele o futuro de milhares de pessoas que dependem do turismo sustentável, está em jogo, e a falta de ação é incompreensível.
Economia local ameaçada: O turismo representa 90% da economia da região, mas a recente introdução de uma taxa de R$ 50 por visitante, sem investimentos em contrapartidas estruturais para o município, gerou uma indignação generalizada. Trabalhadores e empresários locais denunciam os impactos econômicos, especialmente em relação ao modelo de turismo sustentável que sempre caracterizou Jericoacoara. Como é possível impor mais uma taxa sem garantir que os recursos sejam revertidos em melhorias que realmente beneficiem a população local?
A situação se torna ainda mais preocupante com a previsão de que mais de mil pessoas perderão seus empregos. Isso afetará diretamente setores essenciais como o de transporte, incluindo camioneteiros, guias e toda a cadeia de serviços turísticos. João Jaime Marinho, em conversa com o Focus Poder, afirmou que o caos se ampliará ainda mais quando for permitido que turistas cheguem à vila de carro próprio. Esse cenário, que parecia inimaginável, está cada vez mais próximo, e a população local tem plena consciência de que as consequências podem ser desastrosas.
Confira alguns registros abaixo: