A articulação (e pressão) para que o PSB do Ceará deixe a aliança pró-Roberto Cláudio (PDT) e migre para o apoio ao palanque encabeçado pelo PT deve ser vista de forma mais ampla. Não se trata de uma questão que diz respeito apenas ao Ceará. No Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro o processo ainda está em andamento. Em outros estados, a relação foi resolvida.
Nos pampas, o veterano Olívio Dutra (PT), de 81 anos, vai disputar o Senado. Lá, os petistas lançaram Edegar Pretto para o Governo. Já o PSB indicou em convenção o ex-deputado Beto Albuquerque para o Executivo. No entanto, o PT pressiona para que a esquerda lance candidatura única.
Importante lembrar que PSB e PT compõem uma federação nacional. Foi isso, entre outros motivos, que viabilizou a indicação de Geraldo Alckmin para a vice de Lula. Em Pernambuco, o PT abriu mão do apoio à Marília Arraes a favor do candidato do PSB, lá controlado pela família Campos. Em São Paulo, as divergências entre as duas siglas foram contornadas.
No Rio, o PT diz que só apóia Marcelo Freixo, do PSB, se os socialistas retirarem a candidatura ao Senado do deputado federal Alessandro Molon. Os petistas querem que se forme a aliança com Freixo governador e o deputado estadual André Ceciliano (PT) candidato ao Senado.
Estas situações estão interligadas. A solução de um caso tende a gerar um efeito cascata para que outros sejam resolvidos.
Em tempo: a realização de convenções não encerra as questões. O que mais importa é o fim do prazo legal determinado pela Justiça Eleitoral, 5 de agosto, para a oficialização das alianças e chapas.