Átila Varela
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A fábrica da Troller no Ceará, cuja dona é a Ford, segue no limbo. Com a massa de trabalhadores demitida e as operações encerradas, o jipe que ganhou os brasileiros não voltará à produção caso dependa exclusivamente da vontade da montadora norte-americana.
Isso ocorre porque a companhia deu um “nó” em possíveis interessados em adquirir a fábrica localizada em Horizonte. Ao Focus, o titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Jr, afirmou que desistiu de buscar tratativas com os norte-americanos.
“Já desisti (de tratar com a empresa). A Ford deu um nó para quem quiser adquirir a unidade. Não querem vender uma marca consolidada, as matrizes de produção e nem deixar produzir o jipe Troller”, ressaltou.
De acordo com o secretário, as condições impostas pela Ford foram comprar a marca, mas não utilizá-la nos veículos; não poder usar o design do jipinho e ter de desenvolver um novo projeto de automóvel – mas tudo sem trazer referência alguma à marca Troller.
“O comprador teria de inventar um novo, desenvolver um novo design. A matriz de fabricação, os moldes, eles não vão vender”, ressaltou.
De forma silenciosa e sem chamar atenção, Maia trabalha para atrair possíveis interessados na unidade. “Estou trabalhando e negociando com duas montadoras”, disse sem mencionar os nomes por questões de sigilo.
Mão de obra aproveitada
Ainda que o Ceará comece a atrair players do segmento de veículos elétricos (vide a chinesa Higer, fabricante de caminhões e ônibus elétricos), a mão de obra da fábrica a ser absorvida, segundo Maia Jr, será pequena.
“Demitiram toda a mãe de obra da fábrica. Aqui no Ceará é difícil absorver por completo, mas com a Fyber e a Higer, é possível”, avalia. “A Higer é mais complicada pelo fato de ser CKD (veículo vem pré-montado da China)”, pontua.
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