O fato: A indústria brasileira está prestes a receber um reforço de R$ 58,7 bilhões em investimentos públicos voltados à transformação digital até 2026, além de R$ 85,7 bilhões previstos do setor privado até 2035. Os recursos serão aplicados em áreas estratégicas como fabricação de fibra ótica, instalação de datacenters, computação em nuvem, telecomunicações, eletromobilidade, desenvolvimento de softwares e redes de infraestrutura.
Contexto: O anúncio foi feito durante cerimônia no Palácio do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que cria o Programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon), com incentivos de R$ 7 bilhões por ano até 2026 em créditos tributários para o setor de semicondutores e tecnologia da informação e comunicação (TIC). A nova legislação também amplia a vigência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) até 2073.
Desdobramentos: Os investimentos, somados aos R$ 42,2 bilhões já alocados pelo governo, totalizam R$ 186,6 bilhões para a revolução digital no Brasil. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que o objetivo é elevar o nível de digitalização das indústrias brasileiras, passando de 19% para 25% até 2025 e atingindo 50% até 2033.
A missão 4 da Nova Indústria Brasil visa impulsionar setores como internet das coisas, inteligência artificial e Big Data, além de fortalecer cadeias produtivas de semicondutores e robôs industriais.
O que esperar: Os recursos destinados à missão 4 serão provenientes de programas governamentais e de novos instrumentos financeiros, como as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs) do BNDES, que adicionarão R$ 30 bilhões às ações do banco.
Já os investimentos privados focarão em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, aquisição de máquinas e diversificação tecnológica. Alckmin apontou que o crescimento de 1,8% da indústria no segundo trimestre de 2024, aliado a investimentos de 2,1%, são indicativos de um crescimento econômico sustentável com geração de empregos e renda.