Na manhã da terça-feira, 24, foi divulgada uma nova rodada de pesquisas AtlasIntel de intenção de voto para a Prefeitura de Fortaleza, contratada pelo Focus Poder. Com amostra de 1.211 respondentes entrevistados entre 18 e 23/09, a pesquisa mostrou uma leve recuperação do prefeito José Sarto (PDT), que busca a reeleição.
Numa disputa ainda bastante embolada, o prefeito cresceu 3 pontos percentuais, dentro da margem de erro, e cravou 22% das intenções de voto, ultrapassando Wagner (agora com 20,8%) e ficando numericamente atrás de André (que lidera com 25%) e de Evandro (24,6%). Nas simulações de segundo turno ganha de Evandro (38 a 33) e de André (42 a 38), sempre dentro da margem de erro, e perde para Wagner (37 a 39), também dentro da margem. Ou seja, está competitivo, mas não como se esperaria de um candidato à reeleição.
Sua desaprovação manteve-se em 67% e sua aprovação oscilou negativamente um ponto percentual, estando em 24%. Por sua vez, seu desempenho oscilou um ponto negativamente, estando em 52%.
Quando se põe áreas específicas para a avaliação do eleitor, tem-se um resultado preocupante, uma vez que em todas elas a desaprovação aumentou: na educação, foi de 28 para 39%; na limpeza urbana, de 46 para 55%; saúde, de 49 para 58%. Ou seja, com a campanha na TV e no rádio, o eleitor emite um juízo mais negativo sobre sua gestão.
Então, como explicar sua resiliência? Ou, quem é o eleitor de José Sarto?
Segundo a Atlas/Intel, o eleitorado do prefeito tem a seguinte composição majoritária: mulheres (31%), católicos (30%), com renda familiar entre R$ 3 e % mil (31%) e acima de R$ 10 mil (31%), seu eleitor em 2020 (42%) e de Roberto Claudio em 2022 (73%).
E a fragilidade do prefeito, onde está?
No eleitorado masculino (11%), entre evangélicos (12%, estranhamente, a metade de Evandro), eleitores com ensino fundamental (20%), que ganham até um salário mínimo (16%), beneficiários do Bolsa Família (15%), que votaram em Wagner em 2020 (3%) e em 2022 (2,5%).
Esses são os números sobre os quais o QG do prefeito deve se debruçar, nesta reta final da campanha, para impulsionar votos e chegar ao segundo turno. Pesquisas de intenção de votos sérias servem para retratar o momento e orientar as estratégias. Há quem veja nelas manipulação, ameaça, perigo ou inverdades. Geralmente, é a postura dos que estão bem atrás na corrida.
Não é um bom caminho para os que buscam manter-se no poder. Bons corredores costumam usá-las para recuperar fôlego e mirar o final para vencer.