O fato: O índice mundial de preços de alimentos, calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), registrou um aumento significativo em setembro de 2024, alcançando o maior nível em 18 meses. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (4) e aponta que o índice subiu para 124,4 pontos, um avanço de 2,1% em relação ao mesmo período de 2023. O principal fator por trás desse aumento foi a alta no preço do açúcar, que registrou crescimento expressivo de 10,4% no mês a mês.
Contexto: O índice da FAO é uma métrica global que monitora os preços das principais commodities alimentares, como açúcar, cereais, óleos vegetais, laticínios e carne. O índice reflete as flutuações nos mercados internacionais e serve como um importante termômetro para a inflação alimentar global. Em setembro, o índice apresentou alta devido à piora das perspectivas de safra no Brasil e às incertezas relacionadas à produção de cana-de-açúcar na Índia, que tem impacto direto no mercado de exportação.
Detalhes: Além do açúcar, outras commodities também contribuíram para o aumento do índice. O preço dos cereais subiu 3%, com o trigo e o milho liderando os aumentos. Por outro lado, o preço do arroz apresentou leve queda de 0,7%. Óleos vegetais tiveram uma alta de 4,6%, com elevação nos preços do óleo de palma, soja, girassol e colza. No setor de laticínios, os preços avançaram 3,8%, com destaque para o leite em pó integral e desnatado, manteiga e queijo. A carne também registrou um aumento, ainda que menor, de 0,4%.
Projeções: Paralelamente ao aumento dos preços, a FAO também revisou sua previsão para a produção global de cereais em 2024, que agora está estimada em 2,853 bilhões de toneladas, ligeiramente acima da previsão anterior de 2,851 bilhões de toneladas. Essa previsão sugere uma produção estável, apesar das pressões no mercado alimentar global, o que pode ajudar a mitigar futuros aumentos nos preços de commodities como trigo e milho.