O fato: A infraestrutura logística do Nordeste do Brasil está prestes a sofrer uma transformação de grandes proporções, com a autorização da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a liberação de R$ 3,6 bilhões, destinados à conclusão da ferrovia Transnordestina. O investimento será canalizado por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e visa interligar Eliseu Martins, no Piauí, ao Complexo Industrial e Portuário de Pecém, no Ceará, com previsão de conclusão para 2028, mas com trechos já transitáveis a partir de 2027.
Por que é importante: A obra é um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento no Brasil e terá um impacto significativo para o Ceará, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, à geração de empregos e ao fortalecimento de sua posição estratégica no comércio nacional e internacional.
O impacto para o Ceará: A Transnordestina atravessa mais de 1.200 quilômetros, passando por 53 municípios em três estados: Piauí, Pernambuco, além do Ceará. Nesse sentido, haverá conexão com o Porto de Pecém, um dos mais importantes portos de carga do Nordeste. A ferrovia terá um papel determinante na redução dos custos logísticos, favorecendo o escoamento de uma vasta gama de produtos, como minérios, fertilizantes, grãos e combustíveis. O melhoramento nas condições de transporte será fundamental para aumentar a competitividade da economia regional e estimular a atração de novos investimentos.
Empregos: Com a conclusão da obra, estima-se que cerca de 10 mil empregos diretos sejam gerados, muitos deles no Ceará. A construção também tem o potencial de gerar milhares de empregos indiretos nas áreas de serviços, comércio e nas próprias cidades ao longo do trajeto da ferrovia. Um dos setores mais beneficiados é o da construção civil.
Marquise é destaque: A Marquise Infraestrutura, empresa do Grupo Marquise, entregou os lotes 1, 2 e 3 da Transnordestina no Ceará e está executando atualmente os lotes 4, 5 e 6.
Desafio: Vale lembrar que a construção da Transnordestina já consumiu até o momento R$ 7,5 bilhões, sendo R$ 3,8 bilhões provenientes do FDNE, e, para sua conclusão, serão necessários mais R$ 7 bilhões. O projeto sofreu adiamentos e readequações ao longo dos anos, como a exclusão do trecho Salgueiro-Porto de Suape (Pernambuco) da concessão da Transnordestina, que foi repassado para um novo projeto.