Camilo, Cid, Elmano e Evandro: em pote cheio de mágoas, basta a gota d’água

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Os bombeiros entenderam que o incêndio tinha imenso potencial de ganhar grandes proporções caso não debelado imediatamente. Falo do caso Cid Gomes. O senador avaliava não ter sido adequadamente tratado por seus aliados durante a campanha eleitoral e, mais recentemente, nas escolhas subsequentes. A saber: presidência da Assembleia e ocupação de vagas no TCE.

O senador foi ao governador e ouviu que a a escolha de Fernando Santana era prego batido para a presidência do Legislativo. Dito isso, Cid avaliava que só lhe restava deixar a base do Governo em um ato pessoal, individual e instransferível. “Não chamei e nem chamarei ninguém para uma caminhada comigo à beira do abismo”.

O fato se tornou público, mas ainda faltavam alguns ritos formais para o senador cumprir a sina. O movimento projetava seu ato final na reunião do PSB, partido ao qual Cid pertence e que é presidido por Eudoro Santana, pai do ministro Camilo, e que, há pelo menos 20 anos, mantém com o senador uma fraterna relação de amizade.

A leitura no mercado político era pragmática: não era uma boa ideia deixar Cid Gomes de fora, isolado, com mágoas e disponível para, quem sabe, engrossar as fileiras da oposição em 2026. Na segunda-feira passada, a ficha caiu e o comando dos bombeiros resfriou os ânimos e reabriu o canal de conversas.

Pelo menos duas fontes com interlocução privilegida junto ao Palácio da Abolição relataram que Camilo, Elmano e Evandro Leitão se reuniram com o senador para buscar saídas políticas para o imbróglio. Ou seja, o senador voltou a compor a mesa da qual vinha paulatinamente sendo afastado ao longo dos últimos dois anos.

Ficou no colo do governador Elmano a responsabilidade exclusiva pelo aval ao nome de Fernando Santana para presidir a Assembleia, mesmo que as três estátuas de Iracema existentes em Fortaleza saibam muito bem que jamais tal escolha seguiria sem que tivesse passado pelo crivo de Camilo.

Um caminho possível é um recuo do próprio Fernando Santana, que poderia alegar que abre mão da candidatura em nome da integridade da aliança que sustenta o governador.

Há outras formas de transpor o problema. Não sem deixar potes cheios de mágoas pelo meio do caminho.

Bom, o fato é que as conversas permanecem. Os quatro certamente vão manter a agenda de reuniões. Há uma engenharia e arquitetura políticas a se montar. O papel de Evandro também é importante. Afinal, há um secretariado a estruturar, o que ajuda na acomodação das forças políticas envolvidas.

 

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Camilo, Cid, Elmano e Evandro: em pote cheio de mágoas, basta a gota d’água

Rompimento de Cid em “pause” com o camilismo retomando negociações

O jabuti obsceno de Sarto: licitação bilionária no apagar das luzes da gestão nocauteada pelos eleitores

Bom senso prevalece e UFC mantém nome de Martins Filho na Concha Acústica

Concha Acústica da UFC: homenagem ou revisão histórica?

André continua protegendo Inspetor, mas Capitão dispara a metralhadora

Desmonte: falta medicamentos no IJF e Ministério Público aciona Justiça

Parceira do Focus, AtlasIntel repete 2020 e crava resultado das eleições nos EUA

O Brasil de olho na PPP das Escolas em SP: Um passo à frente ou um retrocesso?

Morre o médico cuja invenção simples e caseira salvou a vida de milhares de crianças no Ceará

Efeito pedagógico da disputa de Fortaleza: futebol e campanha política não se misturam

Direita e centrão tomam capitais e empurram esquerda para o isolamento

MAIS LIDAS DO DIA

Palavra por palavra. Por Angela Barros Leal

Academia confirma ‘Ainda Estou Aqui’ como elegível ao Oscar

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Petrobras prevê investimento de US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029

André Fernandes rejeita apoio ao PT na eleição para a CMFor: “Não é uma opção”

Até o final de ano, Centro de Fortaleza contará com 246 agentes para reforço na segurança

Camilo, Cid, Elmano e Evandro: em pote cheio de mágoas, basta a gota d’água

A construção da opinião pública; Por Paulo Elpídio de Menezes Neto

Cesta básica: Fortaleza lidera alta no Nordeste em outubro