O leilão do Autódromo Virgílio Távora, localizado em Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, foi um fracasso. Deu deserto. A venda havia despertado grande interesse de empresas do setor da construção civil, como a Marquise, mas as circunstâncias econômicas dos últimos dias fez com que todas desistissem. Um preço de partida alto, o custo do dinheiro, impulsionado pela alta da Selic e os juros elevados, foram apontados como principais motivos para o insucesso da leilão.
O que deu errado?
Embora o preço inicial do autódromo, fixado em R$ 61,2 milhões, tenha sido considerado alto, ele não foi o grande impeditivo para o sucesso do leilão. O verdadeiro desafio foi o alto custo de financiamento, com o Brasil enfrentando juros elevados que tornaram a operação do projeto mais cara e imprevisível. A viabilização de empreendimento desse porte impõe um aporte significativo de recursos, não apenas para a compra de terreno, mas também para a execução da infraestrutura obrigatórias para viabilizar as vendas, considerando que a vocação da área é de loteamentos residenciais.
A visão do mercado
O empresário José Carlos Pontes, sócio-fundador da Marquise, confirmou em entrevista ao Focus Poder que a desistência foi decisão tomada “de última hora”. Segundo Pontes, o cenário atual de juros elevados torna o investimento em grandes projetos arriscados e imprevisíveis. “Infelizmente, hoje no Brasil a melhor coisa é deixar o dinheiro no banco. É seguro, sem risco e altamente rentável”, afirmou o empresário.