Páscoa de 2025 promete chocolates mais caros e ovos reduzidos

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Foto: Reprodução

O fato: O aumento expressivo no preço do cacau está impactando diretamente a produção e o valor dos ovos de Páscoa no Brasil. O cenário é resultado da alta de 190% na cotação da commodity nos últimos dois anos na bolsa de Nova York, motivada principalmente por problemas climáticos nos maiores produtores mundiais, localizados na África.

Alta do cacau afeta produção e preço do chocolate: Em dezembro de 2024, a tonelada de cacau foi comercializada por US$ 11.040, um aumento de 163% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve a fatores como estiagem, chuvas excessivas e pragas que atingiram lavouras da Costa do Marfim, responsável por 45% da produção mundial, e Gana, segundo maior produtor. A falta de renovação das plantações também reduziu a produtividade.

No Brasil, o cenário não é diferente. O país, sexto maior produtor mundial, sofreu com queda de produção por conta do El Niño e da podridão parda, especialmente na Bahia, onde a queda foi de 61,8%. Mesmo antes da crise, a produção nacional já não atendia à demanda interna, forçando a importação para suprir as indústrias.

Produção de ovos em queda: A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) estima que a produção de ovos de Páscoa em 2025 será de cerca de 45 milhões de unidades — uma queda de 22,4% em relação a 2024. Apesar da tentativa das indústrias de manter os preços acessíveis, estratégias como a redução do tamanho das barras e a diversificação de produtos não foram suficientes para evitar o impacto no consumidor.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço do chocolate em barra e bombom subiu 16,53% nos últimos 12 meses até janeiro, enquanto o pó achocolatado aumentou 12,49%. Para esta Páscoa, a Cacau Show reajustou seus preços entre 8% e 10%, mas mantém a expectativa de demanda estável em relação ao ano anterior.

Expectativas para o futuro: Economistas e representantes do setor acreditam que os preços tendem a ceder quando a safra africana finalizar e os produtos chegarem ao mercado, mas os valores ainda devem permanecer altos. A perspectiva é de que a produção global aumente em 2025, embora a demanda possa cair, estabilizando um pouco o mercado.

Mesmo assim, especialistas alertam que os preços não retornarão aos patamares de dois anos atrás, já que a recuperação da produção é lenta e o cacau leva de cinco a seis anos para atingir produtividade máxima após o plantio. Enquanto isso, os consumidores brasileiros devem se preparar para uma Páscoa com menos chocolate e valores mais altos nas prateleiras.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Engenharia do negócio — os bastidores do mega distrito digital do Ceará

Conselho Nacional das ZPEs aprova cinco data centers de R$ 583 bilhões e consolida Ceará como Green Digital Hub do Atlântico Sul

Governador do Rio elogia “coragem e determinação” de Elmano após ação que matou sete faccionados em Canindé

No Focus Colloquium, a Política das conveniências: entre a força e o cálculo

Powershoring: o Nordeste no centro da nova revolução industrial

André Fernandes reafrima aval de Bolsonaro para aproximação com Ciro Gomes

Lula e Trump: O encontro que parecia impossível

Ciro volta ao PSDB; Tasso dá missão dupla e oposição mostra força e busca cola para justificar as diferenças

Ciro retorna ao ninho tucano: ao lado de Tasso, mas com o PSDB longe de ser o que já foi

TRF de Recife proíbe cobrança de “pedágio” na Vila de Jeri

Dois históricos antibolsonaristas, Ciro e Tasso juntos no PSDB para construir aliança com a direita

Série Protagonistas: Chagas Vieira, o interprete das ruas

MAIS LIDAS DO DIA

Concentração; Por Augustino Chaves