O fato: O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou nesta terça-feira (15) que o Bolsa Família tem impacto direto no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, indo além da retirada de milhões da pobreza. Segundo ele, políticas públicas como o programa social têm sido ignoradas por analistas do mercado, o que explicaria projeções equivocadas para a economia brasileira.
Crescimento impulsionado pela base: Durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Wellington Dias contestou a previsão do mercado de que o PIB crescerá apenas 1,5% em 2025. Para ele, o índice pode variar entre 3% e 4%, impulsionado pela economia popular. “É a economia dos mais pobres que está alavancando o crescimento no Brasil”, afirmou. “São milhões de pessoas que antes não tinham nem o que comer e agora têm renda, trabalham, empreendem ou produzem no campo.”
Circulação de renda nas periferias gera desenvolvimento local: O ministro destacou o papel do programa na ativação da economia nos bairros populares e cidades do interior. “Esse dinheiro circula no mercadinho, na feira, no açougue, na verdureira. Gera salão de beleza, gera atividade econômica”, exemplificou. Segundo ele, o Brasil retirou 33,1 milhões de pessoas da fome desde 2023, com redução de 85% nos índices de insegurança alimentar grave.
Antecipação de R$ 14 bilhões para áreas em emergência: Wellington Dias anunciou a antecipação de R$ 14 bilhões do Bolsa Família para beneficiários em regiões afetadas por calamidades, como enchentes e secas. O pagamento foi liberado nesta terça-feira (15) para moradores de municípios do Sul, Norte, Sudeste e Nordeste, incluindo estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará e Piauí. “É uma forma de garantir renda emergencial para as famílias enfrentarem a dificuldade e até mesmo passarem a Páscoa com dignidade”, afirmou.
Fim do medo de perder o benefício: O ministro também rebateu críticas de que o programa desestimularia o trabalho. Segundo ele, desde 2023, os beneficiários não perdem automaticamente o auxílio ao conseguirem um emprego formal. “Ter carteira assinada não pode ser critério para cancelamento. Agora, só sai do programa quem ultrapassa a faixa da pobreza, e se perder a renda, volta automaticamente ao benefício”, explicou.
Apoio a sazonais e empreendedores: As novas regras também beneficiam trabalhadores sazonais e empreendedores. A renda de quem trabalha apenas alguns meses ao ano é agora calculada com base na média dos últimos 12 meses. Segundo Wellington Dias, as mudanças permitiram que 4 milhões de famílias — o equivalente a 10 milhões de pessoas — continuassem no programa mesmo tendo renda variável. Além disso, 7 milhões de beneficiários atualmente conciliam o Bolsa Família com atividades empreendedoras.