
O fato: A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2025, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira (14). O resultado negativo foi fortemente impactado por um ajuste contábil decorrente da revisão da base regulatória de ativos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), uma das principais subsidiárias da estatal. Segundo a empresa, a decisão da Aneel resultou em um impacto de R$ 952 milhões no balanço.
Apesar do prejuízo, a Eletrobras reforçou o discurso de reestruturação e eficiência. As despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) caíram 28% em relação ao quarto trimestre de 2024 e 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. “O resultado mostra a consolidação de uma tendência que já vinha sendo observada em trimestres anteriores e reflete as iniciativas de adequação do quadro de pessoal, além de ajustes em processos e na estrutura organizacional”, afirmou a companhia em nota.
Outro ponto destacado foi a continuidade da redução do passivo bilionário relacionado aos empréstimos compulsórios. O estoque da dívida caiu R$ 2,9 bilhões em um ano, somando agora R$ 13,1 bilhões — menos da metade do registrado no segundo trimestre de 2022, antes da capitalização da estatal. Essa dívida se originou de cobranças históricas nas contas de luz de consumidores e se arrastava em disputas judiciais há décadas.
“Estamos cada vez mais focados no crescimento da companhia e no reforço de investimentos. É um novo momento”, disse o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro. “A queda do PMSO e a redução de provisão de compulsórios são resultados da estratégia de tornar a empresa mais eficiente sem nunca deixar de lado a prioridade da segurança dos ativos, pessoas e meio ambiente”, reforçou.
Investimentos e transição energética; Os investimentos somaram R$ 912 milhões no trimestre, queda de 25% frente ao mesmo período de 2024. A redução é explicada pela conclusão do parque eólico de Coxilha Negra, no Rio Grande do Sul, que entrou em operação em abril com capacidade de 302,4 MW e aportes totais de R$ 2,4 bilhões.
Já o projeto estratégico do Linhão Manaus-Boa Vista avançou para 87% de conclusão, com previsão de entrega ainda em 2025. O empreendimento, que ficou mais de uma década paralisado, deve finalmente conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O investimento total na obra é de R$ 3,3 bilhões.
O foco da companhia, segundo a gestão, é manter a trajetória de investimentos em ativos de infraestrutura elétrica e consolidar ganhos de eficiência no novo ciclo pós-capitalização.