No meio de um Congresso muitas vezes dominado por narrativas superficiais, o deputado cearense Mauro Benevides Filho (PDT) se tornou uma das poucas vozes que colocam técnica e verdade no centro do debate econômico.
Na Comissão de Finanças e Tributação, Mauro não economizou nas palavras:
“Eu desafio qual é o parlamentar que tem a informação que a despesa primária subiu de 23% para 24%. Essa informação é falsa, é mentirosa, ela não existe.”
➡️ O alerta não é gratuito. Enquanto setores da oposição repetem, sem checagem, que o governo pratica “gastança”, Mauro traz números duros:
• A despesa primária caiu de 19,6% do PIB (2023) para 18,6% (2024).
• O que cresceu foi a dívida pública, que avançou R$ 1 trilhão só em 2024, puxada não pelos gastos sociais, mas pelos juros da dívida — despesa sobre a qual o Congresso pouco debate, pouco vota e muito se omite.
🗣️ Mais direto, impossível:
“O orçamento da União é de R$ 5,6 trilhões. Metade é despesa financeira. Já tentei aprovar três vezes limite para isso e fui derrubado. O sistema financeiro não deixa deputados e senadores votarem.”
Vá mais fundo
Mauro Benevides Filho não é qualquer deputado. É professor da Faculdade de Economia da UFC, com décadas de experiência como formulador de políticas públicas. Nas discussões sobre arcabouço fiscal, dívida pública e orçamento, sua atuação tem sido uma espécie de antídoto contra o populismo fiscal — que aparece tanto na oposição quanto, por vezes, na própria base.
Sua fala reflete um problema estrutural da economia brasileira:
👉 Enquanto o debate político se concentra na despesa primária — que financia saúde, educação, segurança e programas sociais — o peso dos juros da dívida, das amortizações e dos mecanismos de transferência de renda para o mercado financeiro segue blindado no debate público e no próprio Congresso.
Por que importa
Se há alguém, hoje, disposto a quebrar o silêncio conveniente sobre o verdadeiro rombo das contas públicas — a despesa financeira —, esse alguém atende por Mauro Benevides Filho.
Ele dispara um alerta que deveria ecoar em Brasília e no país inteiro:
“O Brasil pode falir em cinco anos se continuar pagando um trilhão de reais e ninguém dizer nada.”
O dado está lançado. O silêncio, agora, é cúmplice.