A grande lição vem da história, ainda que não pareça ter sido considerada pelos estrategistas.
O poderio militar das nações, a sua ascenção e a afirmação da sua força de conquista e dominação oferecem desafio maior pela análise da queda dos Impérios do que pela sua ascenção.
Ousaria definir esta análise de conflitos como um esforço para compreender e explicar porque as grandes batalhas, as decisivas, transformam-se, no final das contas, mal comparando, em inesperadas “Waterloos”. Em outras palavras, por que os Impérios começam a dar mostras da sua fragilidade justamente quando se encontram com o seu poderio mais visível?
Parece ser este o caso dos países envolvidos neste conflito, concluída essa “guerra de 12 dias”, como Trump ironicamente se refere a ela…
A Ucrânia, a Faixa de Gaza e o Irã, mais a Rússia e Israel e a Palestina são uma dor de dente com raiz exposta. Permanente.
Não foi a Paz o objetivo alcançado, segundo fala Trump em uma postagem surpreendente pela forma e pelo estilo, em meio a tantas metáforas. Sequer a Paz era de fato um objetivo real para os litigantes. A suspensão de hostilidades foi, de fato, um “cessar fogo”. Uma trégua, dir-se-ia. O adiamento de um confronto inevitável.
Não dá para fingir, entretanto, que o Mundo voltou a girar em paz. Esta é uma guerra santa, não tem data para acabar. O ódio ancestral, as diferenças dos dogmas, mas também a sua semelhança perduram, sobreviverão aos guerreiros e aos portadores da Revelação. Caem os Impérios, porém persiste a Verdade da Fé, pela qual se enfrentam há mais de dois milênios…
Agora, com o reforço estratégico das ideologias e da expansão do autoritarismo como mecanismo do governo do Estado.
Paulo Elpídio de Menezes Neto é articulista do Focus, cientista político, membro da Academia Brasileira de Educação (Rio de Janeiro), ex-reitor da UFC, ex-secretário nacional da Educação superior do MEC, ex-secretário de Educação do Ceará.