O que é
A pesquisa Genial/Quaest mostra que Lula (PT) conseguiu, pela primeira vez desde julho de 2024, reverter a sequência de queda na popularidade. A taxa de reprovação do governo caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. A distância entre os dois índices encolheu de 17 para 10 pontos.
Por que agora
O embate direto com Donald Trump — que anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — somado à pauta de taxação dos super-ricos deu fôlego ao Planalto. O discurso de soberania nacional e justiça tributária avançou fora da bolha petista.
Corte de público
A reação ocorreu principalmente na classe média, mulheres e eleitores de centro — grupos que mais sentiram o impacto do tarifaço e veem como positivo o projeto de ampliar isenções do IR. Entre quem ganha até dois salários mínimos, o cenário segue estável.
Números que contam
• 44% acham Lula mais certo que Trump no embate;
• 2 em cada 3 defendem cobrar mais impostos dos mais ricos;
• 53% rejeitam a retórica “ricos contra pobres”;
• 84% gostariam de ver governo e oposição unidos contra o tarifaço.
No pano de fundo
A reação alivia a crise que explodiu com o escândalo no INSS — suspeita de fraudes que somam R$ 6,3 bi — e a derrubada do IOF pelo Congresso. Ainda assim, o Planalto sabe que precisa consolidar o apoio entre os mais pobres para retomar os índices de julho de 2023, quando a aprovação superava 54%.
Olho vivo
A classe média voltou a apoiar, mas ainda quer ver resultado na economia. A leitura no Planalto é de que a pauta de taxação segue viva — e, com Trump no alvo, o discurso da soberania ajuda a conter danos.