O que aconteceu:
Em reunião articulada por Tasso Jereissati em seu escritório político, Ciro Gomes (PDT) foi colocado como nome viável — e já disponível — para liderar a oposição ao governador Elmano de Freitas (PT) nas eleições de 2026. Segundo relatos dos deputados presentes, o ex-senador transmitiu que Ciro “é um soldado do partido”, em referência ao PSDB, ao qual sua filiação é considerada iminente.
Quem estava lá:
O encontro reuniu lideranças do PL, União Brasil, do próprio PSDB e do grupo dissidente do PDT. Parlamentares como Cláudio Pinho, Queiroz Filho e Antônio Henrique — aliados históricos de Ciro — já tratam a saída do PDT como irreversível.
O pano de fundo:
Na segunda-feira (14), Tasso e Ciro estiveram juntos em Brasília, em um jantar reservado com a cúpula nacional do PSDB, na casa do deputado Adolfo Viana (BA). A reunião, que teve também Marconi Perillo e Aécio Neves, serviu para selar o acordo de filiação e o plano de reposicionar Ciro como líder de um novo ciclo oposicionista no Ceará.
Por que importa:
A candidatura de Ciro ao Governo do Estado seria um movimento político de alta voltagem. Ele não disputa uma eleição estadual desde 1994, quando elegeu-se governador. De lá para cá, concentrou-se em missões nacionais e candidaturas presidenciais. Agora, de volta ao ninho tucano, prepara-se para fechar o ciclo político em casa — mirando o Abolição.
O que diz o Focus Poder:
O Focus já havia antecipado que a filiação de Ciro ao PSDB ocorreria entre agosto e setembro, costurada por Tasso Jereissati. A tendência é que o ex-ministro assuma a liderança de uma aliança ampla de oposição que inclui PL, PSDB, União Brasil e o grupo dissidente do PDT. Essa frente tentará reeditar o velho “projeto das mudanças” dos anos 1980 e 1990, mas em novo contexto, agora contra o domínio petista local.
O que esperar a seguir:
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Lançamento da pré-candidatura ainda neste segundo semestre
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Formalização da filiação ao PSDB em evento político simbólico, provavelmente em Brasília
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Pressão sobre Roberto Cláudio, que articula sua ida ao União Brasil e pode ter papel secundário nesse novo arranjo
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Intensificação dos ataques ao governo Elmano e ao PT, com ênfase na segurança pública, educação e economia
Frase nos bastidores:
“Se depender de Tasso, a oposição já tem nome, sobrenome e discurso. Falta só a cerimônia.” — disse um deputado presente à reunião.
Vá mais fundo:
A candidatura de Ciro ao Governo do Ceará pode marcar um retorno estratégico à política local, reacendendo sua base de apoio histórico, com discurso mais moderado e ancorado no legado administrativo. O desafio será reconquistar o eleitorado jovem e disputar a hegemonia com o PT, que consolidou a liderança no estado com Camilo Santana e Elmano de Freitas.
Jantar estratégico com nome do Cariri:
Na noite de terça-feira (15), Ciro Gomes jantou com deputados de oposição e o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos). O encontro, realizado em Fortaleza, teve caráter político e reforçou a construção da chapa para 2026.
Pelo acordo em gestação, Ciro sairia candidato ao governo, com Glêdson indicando o nome para vice-governador — representando o Cariri no arranjo. A costura visa ampliar a base eleitoral da oposição e incorporar uma região estratégica do interior cearense ao projeto.